Governo dos Açores volta a fretar navio “Margarethe” para abastecer ilha das Flores
14 de fev. de 2023, 12:34
— Lusa/AO Online
“Estamos a
ultimar os procedimentos para, no início de março, termos cá o navio
Margarethe, fretado pelo Governo dos Açores, através do Fundo Regional
de Coesão”, anunciou Berta Cabral, secretária regional do Turismo,
Mobilidade e Infraestruturas, em declarações aos jornalistas à margem do
plenário da Assembleia Regional, reunido na cidade da Horta.A
governante explicou que, “a diferença em relação à operação atual é que
o navio Margarethe, sendo fretado, pode aguardar uma aberta para poder
atracar, ao contrário de um navio em rota, que tem de seguir a sua
viagem quando não consegue”.Berta Cabral
admitiu que os navios que atualmente operam nas Flores têm registado
dificuldade para carregar e descarregar mercadorias, devido à ausência
de proteção do molhe principal, destruído pelo furacão Lorenzo, em
outubro de 2019, e de novo, danificado, pela tempestade Efrain, em
dezembro de 2022.O navio Margarethe, com
86,53 metros de comprimento, com 12,9 metros de boca, está atualmente na
Guiné Conacri, e vai terminar a sua missão no final do mês de
fevereiro, para que possa rumar aos Açores, para assegurar o transporte
de mercadorias para a ilha das Flores, explicou.A
operação irá durar apenas três ou quatro meses, enquanto não for
realizada uma intervenção no molhe de proteção, para facilitar a
operacionalidade naquela ilha, e irá custar à Região 125 mil euros
mensais.“Sabemos que não faltam bens
essenciais nas Flores, mas sabemos que faltam fatores de produção,
faltam materiais de construção civil, faltam produtos para a atividade
económica na ilha, para os comerciantes, para os industriais”, admitiu a
governante, adiantando que esta solução agora encontrada com o navio
Margarethe, pretende dar resposta às reivindicações dos empresários e da
população residente nas Flores.A Comissão
Regional do PS, reunida no sábado, criticou a ausência de soluções do
Governo de coligação (PSD, CDS-PP e PPM), no sentido de garantir
regularidade e segurança na operacionalidade do porto das Lajes das
Flores, lamentando também que as únicas obras realizadas desde o
Lorenzo, tenha sido lançadas ainda pelo anterior executivo socialista,Na
segunda-feira, os três partidos que formam o executivo liderado pelo
social-democrata José Manuel Bolieiro, apresentaram uma resolução no
parlamento açoriano, a recomendar ao Governo que diligencie junto da
República, para que volte a ser decretado o “estado de calamidade” na
ilha das Flores, para que possa ser criado um regime especial de
contratação pública, que torne mais célere as intervenções necessárias
naquela infraestrutura.Berta Cabral diz
agora que a região está também a aguardar a transferência de verbas do
Governo da República, destinadas a financiar as obras de reconstrução
das infraestruturas destruídas pelo furacão Lorenzo.“O
que nós precisamos mesmo é das verbas do Lorenzo, do Governo da
República, para continuarmos os trabalhos, caso contrário, teremos muita
dificuldade em continuar a pagar sem receber a comparticipação
nacional”, realçou a secretária que tutela os transportes e as obras
públicas, adiantando que a região já pagou 25 milhões de euros que
“ainda não foram reembolsados”, e mais 16 milhões de euros “que estão
para pagamento”.