Governo dos Açores vai instaurar uma sindicância à Inspeção Regional das Pescas
21 de abr. de 2021, 10:18
— Lusa/AO Online
“Posso garantir que será
instaurada uma sindicância à Inspeção Regional das Pescas para se
apurar, a bem do interesse público, como se pode herdar cerca de mil
processos prescritos e outros 300 à beira de prescrever”, revelou Manuel
São João.O governante falava na Assembleia Regional, na cidade da Horta, na discussão do Plano e Orçamento da região para 2021.Manuel
São João disse ainda que, “perante as informações que, a conta-gotas,
se vão conhecendo, algumas trancadas a sete chaves”, poderão ser
instauradas outras sindicâncias em organismos da secretaria.“O
apoio ao investimento privado, a formação, a fiscalização e as
condições para que o setor possa olhar para o futuro com outros olhos
são objetivos primordiais para este ano. Para isso, é preciso
ultrapassar o terreno armadilhado que herdámos e não pactuar com
falsidades e hipocrisias de alguns”, declarou o governante. No
debate, o deputado do PS José Ávila disse que o atual executivo tem
“muita sorte” porque “herdou trabalho feito” pelo anterior Governo
Regional do PS e elogiou o “excelente trabalho” realizado pela Inspeção
Regional das Pescas.O socialista disse
ainda que o Plano para 2021 “assenta em muito do que vem de trás, mas
numa versão ‘light’”, criticando a “pouca ambição” do governo açoriano
para o setor das pescas.O parlamentar do
PSD/Açores Jaime Vieira criticou os anteriores governos socialistas -
que deixaram um “mar de dificuldades” - e elogiou o trabalho feito pelo
atual executivo, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro,
que já investiu um milhão de euros em apoios extraordinários aos
pescadores.Pelo PPM, deputado Paulo
Estêvão elogiou a iniciativa de realizar uma sindicância à Inspeção das
Pescas, uma medida que disse ser importante para a “transparência” e
para averiguar se existiu “dolo” nas prescrições.António
Lima, do BE, aproveitou, por outro lado, para questionar os partidos
que suportam o governo se mantêm a posição que tiveram em 2019 quando
aprovaram uma proposta bloquista para a alteração ao “Fundopesca” (fundo
de apoio aos pescadores).A proposta do BE
aprovada há dois anos defendia que, no caso de o armador não cumprir
com a obrigação legal de seguro de trabalho dos tripulantes, seja ele a
perder o acesso ao “Fundopesca” e não os outros pescadores.O
deputado da IL, Nuno Barata, considerou a existência de 1.000 processos
prescritos uma “ofensa aos cidadãos” açorianos, reforçando que esses
processos foram “arquivados por ordens superiores”.Durante
esta semana está a decorrer na Assembleia Regional, no Faial, a
discussão do Plano e Orçamento dos Açores para 2021, que serão votados
na sexta-feira.