Governo dos Açores vai dar indicação à EDA para dívida da região ter juro de 4%
4 de ago. de 2022, 16:44
— Lusa/AO Online
Em declarações
aos jornalistas, na apresentação das deliberações do Conselho de Governo
(PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro lembrou que a região “não
liquidou o pagamento da iluminação publica” à elétrica EDA entre 2012 e
2020, tendo, por isso, o anterior executivo do PS celebrado um acordo de
pagamento que previa uma taxa de juro de mora no valor comercial de 7 a
8%.“A dívida é de 2012 a 2020. Foram
pagas as tranches do acordo em que havia faseamento. Ora, isso vai
implicar que o valor do pagamento em dívida mais os juros de mora tenham
agora de ser recalculados, com essa opção da aplicação da nova taxa de
juro de mora”, declarou Bolieiro, falando no Palácio da Conceição em
Ponta Delgada.A 12 de novembro de 2020, a
dívida da região à EDA era de 6,5 milhões, tendo sido pagos dois milhões
em 2020, outros dois em 2021 e 1,4 milhões em 2022, sendo que até
dezembro deste ano estava previsto o pagamento do remanescente de 1,15
milhões.A região já pagou 931 mil euros de
juros, que agora vão ser agora recalculados à taxa de 4%, esclareceu,
mais tarde, à Lusa, o gabinete do presidente. O
chefe do executivo avançou que a secretária do Turismo, Mobilidade e
Infraestruturas, Berta Cabral, foi incumbida de negociar com a EDA a
aplicação da taxa de juro civil de 4% relativamente aos juros de mora a
pagar pela região à EDA."Este governo
decidiu incubir a secretaria regional do Turismo, Mobilidade e
Infraestruturas, através da Direção Regional de Energia, de aplicar a
taxa de juro civil de 4% relativamente aos juros de mora a pagar pela
Região autónoma dos Açores à EDA", destacou.A
decisão do governo, explicou, é “confortada” por um parecer jurídico de
Eduardo Paz Ferreira e pela decisão da Assembleia Legislativa Regional
que recomendou ao executivo a negociação daquela taxa de juro.“Estamos
agora confortados na resolução da Assembleia Regional e num parecer
jurídico que nos permite fazer essa indicação, no domínio, enquanto
acionista que a região é, de dar essa orientação ao Conselho de
Administração [da EDA]”, apontou.A
situação foi denunciada a 03 de fevereiro, quando o BE revelou que os
juros “foram calculados à taxa de juro comercial, ou seja, entre 7% e
8%, seguindo uma recomendação da Entidade Reguladora dos Serviços
Energéticos (ERSE)", que poderia levar a região a pagar, em juros, cerca
de dois milhões de euros por uma dívida de 6,5 milhões.O
Conselho do Governo regulamentou ainda a “atribuição de incentivos
financeiros para a aquisição e instalação de sistemas solares
fotovoltaicos a instalar na região”, com recurso a fundos do Plano de
Recuperação e Resiliência (PRR), através do programa SOLENERGE.“O
PRR tem um financiamento faseado, em limites anuais, de 2022 a 2025,
num total de 19 milhões. Trata-se de um apoio a 100% não reembolsável
para a aquisição do equipamento e a respetiva instalação dos painéis
fotovoltaicos nas habitações”, realçou.O
Governo Regional autorizou ainda o procedimento de formação de contrato
para as obras no matadouro de São Miguel com o preço base de 670 mil
euros e aprovou a criação da primeira edição do Orçamento Participativo
da Administração Pública da região.O
executivo açoriano nomeou o conselho de administração da Entidade
Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos dos Açores (ERSARA), que vai
ser presidido por Sónia Silva Santos.