Governo dos Açores vai criar projeto para dar formação a famílias carenciadas
17 de nov. de 2021, 14:58
— Lusa/AO Online
“Com
recurso a verbas do PRR, as famílias açorianas abrangidas pela ação
social terão, a partir de 2022, formação contínua, que proporcionará
competências básicas complementares ao nível, por exemplo, da procura
ativa de emprego e da gestão de economia doméstica”, avançou o
vice-presidente do executivo açoriano, Artur Lima, que tutela a
Solidariedade Social.O governante falava
em Angra do Heroísmo, na inauguração da requalificação de uma escola em
São João de Deus, onde decorre um projeto de apoio extracurricular para
crianças e jovens desfavorecidos desenvolvido pela Cáritas da Ilha
Terceira.Quanto ao projeto de formação
para famílias carenciadas, questionado pelos jornalistas, à margem do
evento, Artur Lima disse que terá início em 2022, contando com uma verba
de “cerca de 300 mil euros” no primeiro ano de implementação.A
estrutura do projeto ainda não está definida, mas o vice-presidente do
executivo açoriano defendeu que será “estruturante para combater o
abandono escolar” e para “promover a literacia, quer das famílias, quer
das crianças”.“Não basta dizer que tem de
se sair do rendimento mínimo. Nós queremos que as pessoas saiam do
rendimento mínimo, que quebrem o ciclo de pobreza, mas que sejam
ajudadas a procurar um emprego, a qualificar-se, a entrar na vida ativa,
que possam dar melhores condições de educação aos seus filhos, que
evitem o abandono escolar”, frisou.Artur
Lima disse que a pobreza não se combate "apenas com dinheiro", sendo
necessário intervir no "núcleo familiar", para que "as famílias possam
qualificar os seus filhos e para que eles possam ser crianças felizes,
adultos realizados e famílias mais estruturadas”.O
trabalho desenvolvido pela Cáritas da Ilha Terceira com o projeto
“Animação de Rua”, que acolhe 50 crianças e jovens, em Angra do
Heroísmo, é também um exemplo de “trabalho em rede e de proximidade”,
segundo o vice-presidente do executivo açoriano.“Motivam
estas crianças para a mudança, estimulam o seu desenvolvimento pessoal e
a sua inserção social. Ao mesmo tempo, consolidam e fortalecem a
comunidade onde desenvolvem o seu trabalho. Este projeto da Cáritas é o
espelho daquilo que a sociedade em geral deve procurar fazer”, apontou.Desde
2004 que a Cáritas da Ilha Terceira promove o projeto “Animação de Rua”
no edifício da antiga escola de São João de Deus, em Angra do Heroísmo.Com
as obras de requalificação e ampliação do espaço, orçadas em 170 mil
euros, o projeto tem agora capacidade para duplicar o número de crianças
e jovens que o podem frequentar, revelou o presidente da instituição,
Luís Pedro Pereira.“A nossa capacidade vai
até 100. É frequentado por 50, mas terá capacidade para mais 50”,
avançou, alegando que o projeto pode ser alargado a crianças de outras
localidades.Segundo Luís Pedro Pereira, o
projeto, que conta com duas animadoras e uma assistente social,
desenvolve atividades como “ateliês de culinária” e “práticas de
educação física”, para a promover “hábitos de vida saudáveis”.“É
um espaço de partilha, de conhecimento, em que eles podem adquirir
competências académicas, mas sobretudo tentar que não haja
comportamentos desviantes. É esse o grande objetivo da valência da
‘Animação de Rua’ da Cáritas da Ilha Terceira”, salientou.Com
mais espaço nas instalações, a instituição prevê também começar a
trabalhar “algumas competências pessoais e sociais” das famílias.