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Governo dos Açores vai classificar antiga fábrica da baleia de São Miguel
O secretário regional da Educação, Ciência e Cultura dos Açores revelou hoje que vai avançar para a classificação do espaço onde funcionou a fábrica da baleia de São Vicente Ferreira, na ilha de São Miguel, propriedade atual da banca.

Autor: Lusa/AO Online

“Pretendia-se, em 1997, preservar este património, não numa perspetiva cultural mas científica, aproveitando as antigas fábricas das baleias e, particularmente, a de São Vicente Ferreira, que estava muito bem equipada, no seu tempo, com a tecnologia mais avançada alemã, transformando-a num centro de investigação científica ligada ao mar”, disse Luís Fagundes Duarte, na comissão dos Assuntos Sociais do parlamento açoriano, em Ponta Delgada, onde foi ouvido sobre diversas iniciativas legislativas.

A fábrica da baleia de São Vicente Ferreira foi a maior fábrica ligada à caça da baleia no arquipélago dos Açores, restando atualmente apenas a chaminé e algumas ferramentas.

Luís Fagundes Duarte revelou que em 1997, enquanto diretor regional da Cultura, pretendia criar uma “rede de balenologia” que iria contemplar as ilhas de São Miguel (designadamente a fábrica de São Vicente), Pico, Faial, Flores e Corvo.

O governante referiu que o projeto contemplava um polo de investimento científico e outro industrial, para além do aproveitamento de todas as unidades industriais da baleação existentes na região.

A proposta de decreto regional do Governo açoriano agora em apreciação no parlamento prevê “um processo de classificação e salvaguarda do património ligado à baleação que existe nos Açores”, explicou.

O governante considerou que este “tem uma importância cultural e patrimonial, outrora económica, que urge preservar”.

Luís Fagundes Duarte, nesse contexto, entende ser importante preservar as embarcações que iam à pesca à baleia, bem como as técnicas de navegação, mas frisa que “é importante valorizá-las no sentido de as passar para as novas gerações”.

“Uma das maneiras de valorizar este património para as novas gerações é pôr os barcos a funcionar, eventualmente, até, criando escolas de navegação com botes baleeiros, participando-se em regatas específicas, preservando-se não apenas os objetos, mas também as técnicas de navegação”.

“Esta é uma maneira dinâmica de ver o património cultural”, considera o titular das pastas da Educação, Ciência e Cultura.

A proposta do executivo regional enviada ao parlamento dos Açores prevê apoios aos botes baleeiros, nas perspetivas desportiva e turística, logo que sejam salvaguardas as suas características específicas.