Governo dos Açores vai avançar com carreira de médico dentista na saúde pública
16 de mai. de 2025, 14:40
— Lusa/AO Online
Mónica
Seidi, secretária regional da Saúde e Segurança Social, ouvida na
comissão parlamentar dos Assuntos Sociais sobre o diploma que cria o
cheque-dentista, disse que a carreira de médico dentista “tem que ser
definida no SRS”.Acresce que o Governo
Regional já foi sinalizado pela Ordem dos Médicos para acompanhar o que
se passa na Madeira nesse contexto, de acordo com Mónica Seidi.A
titular da pasta da Saúde afirmou ser “intenção que, ao longo do
próximo ano, já possa existir um documento final” que suporte a criação
da carreira de médico dentista no SRS.Para
a secretária regional, o projeto de Decreto Legislativo Regional n.º
33/XIII, que cria e regulamenta o cheque-dentista, é uma proposta do
Chega/Açores que “tem o privilégio de melhorar os cuidados de saúde
oral”, de forma “tendencialmente gratuita”.Mónica
Seidi admite o recurso ao cheque-dentista “quando não houver capacidade
do SRS”, estando convicta de que, com a valorização da carreira dos
médicos, a par do investimento na renovação das cadeiras existentes ao
abrigo do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), a resposta vai
melhorar.De acordo com a governante,
existem cerca de 30 médicos de medicina dentária no SRS, mas este valor é
“bastante superior” nos consultórios privados, onde estes são cerca de
300.No ano letivo de 2023/2024, 4.501
alunos foram alvo de rastreio dentário, sendo que 1.300 foram
canalizados para consulta mais direcionada no âmbito de um programa que a
secretária regional considerou inovador no cenário nacional.Mónica
Seidi apontou, por outro lado, que na estomatologia, a lista de espera
para consulta é de, por exemplo, 77 utentes no Hospital do Divino
Espírito Santo (HDES), o maior dos Açores.Questionada
sobre o facto das Unidades de Saúde de Ilha do Faial e Terceira
recearem que o quadro médico existente, ao focar-se na avaliação para
efeitos de cheque-dentista, comprometa a resposta a grupos vulneráveis,
Mónica Seidi referiu que estes “não serão penalizados e não ficarão de
fora”.A responsável salvaguardou que as
lacunas apontadas não são extensíveis a todas as unidades de saúde de
ilha, sendo possível “reforçar recursos humanos onde houver falhas”,
para o que contribuirá também a adoção da carreira de médico dentista.Mónica
Seidi referiu ser “importante que os profissionais venham a aderir” à
medida, mas não há “garantias que isso vá acontecer”, tendo apontando
que o pagamento a 30 dias do cheque-dentista é de difícil de execução.“Nenhum
programa tem um prazo de pagamento tão apertado”, devido à burocracia,
segundo Mónica Seidi, sendo possível melhorar este e outros aspetos da
proposta do Chega, como o facto de não contemplar as grávidas.O
cheque-dentista é uma medida apresentada pelo Chega/Açores no Plano e
Orçamento para 2025, estando afetos à medida cerca de 200 mil euros, que
ainda está por operacionalizar.