Governo dos Açores “tranquilo” sobre avião chinês que aterrou em Ponta Delgada
3 de fev. de 2020, 18:38
— Lusa/AO Online
Teresa Machado Luciano, titular da pasta da Saúde, declarou aos jornalistas que
a criação de uma unidade especifica na região para fazer face a
eventuais casos de coronavírus não faz sentido "neste momento"."Segundo
as autoridades de saúde, a Direção Regional de Saúde e a equipa que no
terreno acompanha pormenorizadamente a situação, e uma vez que se está
numa fase de contenção e mitigação, não faz sentido” criar a unidade,
mas, se necessária, a seu tempo "será ativada”, sublinhou.A
secretária regional da Saúde falava aos jornalistas em Ponta Delgada,
na ilha de São Miguel, após uma reunião com a direção da Secção Regional
da Região Autónoma dos Açores da Ordem dos Enfermeiros.Numa
nota do gabinete de imprensa do Governo dos Açores hoje divulgada, as
autoridades de saúde pública regionais “reafirmam que não existe risco
para a saúde pública, tendo em conta as orientações atualmente em vigor
para definição de caso suspeito por infeção por novo coronavírus
(2019-nCoV), relacionado com um voo particular que aterrou no sábado, 1
de fevereiro, no Aeroporto de Ponta Delgada”.De
acordo com as autoridades de saúde, a avaliação em causa “resulta não
só da verificação da origem e escalas da aeronave em causa, mas,
sobretudo, da verificação dos percursos dos passageiros e tripulantes
nos últimos 14 dias”.Segundo o plano de
voo e os passaportes, “verificados presencialmente”, a aeronave “partiu
de Hong Kong, a 25 de janeiro, com três passageiros a bordo, os quais
residem em Hong Kong, e daí não se tinham ausentado nos 14 dias
anteriores a esta viagem".A aeronave fez,
de seguida, uma escala em Tóquio, onde entraram os restantes oito
passageiros, que residem no Japão e que “não se tinham ausentado nos 14
dias anteriores à viagem”, tendo-se verificado que “nenhum dos
passageiros e tripulantes provém de Wuhan, na Província de Hubei, na
China”.O avião fez depois escala e paragem
em Paris e na Islândia, "sem qualquer restrição à entrada e/ou à
circulação da aeronave, dos passageiros ou dos tripulantes”, refere-se
na nota de imprensa.Segundo as
autoridades, desde a data da chegada até hoje, altura em que passageiros
e tripulação “foram novamente avaliados”, estes “não apresentavam
qualquer critério clínico para serem considerados sequer como casos
suspeitos, tendo o voo saído hoje de manhã”.Entretanto,
o PPM dos Açores já fez saber que quer ouvir em sede de comissão
parlamentar diversas entidades da região a propósito deste caso.O
partido chamou ao parlamento dos Açores a secretária regional dos
Transportes e Obras Públicas, a secretária regional da Saúde e o
coordenador do Gabinete de Apoio à Comunicação Social do executivo
açoriano."A audição de todos estes
responsáveis tem como propósito o esclarecimento cabal referente à
atuação das entidades regionais referenciadas no âmbito da falsificação
de informação e possível favorecimento no caso do avião privado chinês
que aterrou em Ponta Delgada, no dia 01 de fevereiro [sábado]",
concretiza o PPM.A China elevou hoje para
362 mortos e mais de 17 mil infetados o balanço do surto de pneumonia
provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro
passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob
quarentena.Além do território continental
da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de
infeção confirmados em 24 outros países.A
Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação
de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe
a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.