Governo dos Açores termina negociações sobre a autonomia das escolas
14 de jul. de 2022, 10:35
— Lusa/AO Online
Numa
nota publicada no portal do Governo Regional, o executivo de coligação
PSD/CDS-PP/PPM adianta que as negociações envolveram cinco associações
sindicais representativas do pessoal docente e do não docente na região e
que foi possível uma “aproximação” entre todos.“Creio
que estão criadas condições para que, se a Assembleia Legislativa
Regional assim o queira, possamos ter uma maior estabilidade no sistema
educativo”, refere a secretária regional da Educação e dos Assuntos
Culturais, Sofia Ribeiro, citada na nota. A
governante adianta também que foram estabelecidas condições para
garantir “uma outra forma de trabalhar” nas escolas, que seja “menos
burocrática” e “mais democrática”, e que permita ainda a participação de
outros agentes e trabalhadores nos vários órgãos de gestão dos
estabelecimentos de ensino. A proposta do
Governo açoriano prevê tempos específicos de trabalho para o desempenho
de funções em vários cargos nas escolas, permitindo que, em alternativa
às remunerações e gratificações previstas para os docentes que
desempenham cargos diretivos, haja também uma componente do tempo de
trabalho adstrita ao desempenho dessas funções. “Até
aqui, um professor que fosse coordenador de departamento, por exemplo,
tinha o seu horário letivo igual e recebia uma gratificação que rondava
os 100 euros, sendo que, feitas todas as reduções, trazia menos dinheiro
para casa”, explica a secretária da Educação, adiantando que agora o
diploma contempla, em alternativa, uma redução do horário para quem
desempenhe esse cargo. Quanto ao estatuto
do pessoal da ação educativa, negociado com os três sindicados do
pessoal não docente, a proposta do executivo, liderado pelo
social-democrata José Manuel Bolieiro, introduz novos critérios para
definir a dotação mínima de assistentes operacionais por cada unidade
orgânica. Segundo Sofia Ribeiro, esses
critérios passam a ter em conta fatores como a tipologia dos
estabelecimentos de ensino, o horário de funcionamento da escola, o meio
onde ela se insere, a sua distribuição geográfica e dimensão, a oferta
formativa e o número de alunos matriculados na educação especial.A
fórmula de cálculo dos critérios e a sua regulamentação será definida
em decreto regulamentar regional, que já foi, entretanto, aprovado em
Conselho de Governo e enviado ao Representante da República para
apreciação e aprovação.A negociação do
diploma da gestão das escolas iniciou-se em março, enquanto a negociação
do estatuto do pessoal não docente começou em maio.As duas propostas serão agora submetidas à Assembleia Legislativa Regional dos Açores para serem debatidas e votadas.