Governo dos Açores rejeita situação anormal no recrutamento de professores
9 de set. de 2024, 14:44
— Lusa/AO Online
“Todos
os anos letivos, no passado, este ano e os próximos, terão sempre
novidades e necessidades, até muito recorrentes e outras vêm da
transformação que estamos a fazer no nosso sistema educativo, mas elas
vão-se resolver”, prometeu o presidente do executivo açoriano.José Manuel Bolieiro
falava aos jornalistas na inauguração da Escola Básica Integrada dos
Arrifes, em Ponta Delgada, no arranque do ano letivo.O
líder do Governo Regional admitiu dificuldades em recrutar “professores
em alguns territórios”, dando o exemplo da ilha das Flores, mas
garantiu que o executivo está a trabalhar para solucionar a falta de
docentes.“Temos de encontrar soluções para
compensar a ausência dos professores devidamente qualificados. Há
sempre soluções possíveis. Não é o ideal, mas estamos a trabalhar e a
progredir nessa matéria”.Bolieiro disse
guiar-se pela “realidade objetiva” e não pela “vontade de maldizer”
quando questionado pelas acusações de falta de planeamento no novo
arranque letivo.“Quem critica o que
fazemos, que é muito mais do que aquilo que fizeram ao longo dos anos,
perde logo a moral. E aí estamos conversados. Mas eu não me guio pelo
que dizem e pela vontade de maldizer. Eu guio-me pela realidade
objetiva”, assinalou, aludindo às críticas do PS (que governou a região
entre 1996 a 2020).Também em declarações à
comunicação social, a secretária da Educação, Cultura e Desporto
rejeitou a existência de uma “situação anormal” quanto à falta de
professores nas escolas da região.“Não há
uma situação anormal por reporte à situação global em que nos
encontramos. Nós, desde o primeiro momento, ainda no governo anterior, o
XIII governo, demos nota de um problema estrutural de falta de
professores”, vincou.Sofia Ribeiro
especificou que o número de professores colocados na primeira fase foi
“muito superior às necessidades”, apesar de, em muitos casos, aqueles
profissionais não se terem candidatado às escolas com carência de
docentes.“Nas primeiras colocações,
verificou-se que havia ficado 88 vagas desertas. Nesse seguimento,
colocámos novamente a concurso. Apesar dessas 88 vagas desertas,
tínhamos 460 disponibilidades de concurso de uma forma global”,
detalhou.E acrescentou: “Os processos
estão a ser agora completados. A informação que temos é que ficaram, de
88, três vagas por colocar, numa situação que está a ser acompanhada por
nós junto das escolas”.A governante
reconheceu que ao longo do ano letivo acontece uma “série de não
comparências ou de baixas”, o que obriga à “redistribuição do serviço”,
num “processo de grande exigência”.O
recrutamento dos professores “vai sendo resolvido na medida em que é
reportado fruto da relocação em regime de concursos, quer no que resulta
da própria reafetação e da redistribuição do serviço docente”,
sinalizou.Sofia Ribeiro voltou a informar
que estão em falta cerca de 200 assistentes operacionais nas escolas,
mas ressalvou que o número poderá sofrer alterações na sequência do
reporte das escolas.“Está já concluído o
processo para ser ultimado na produção legislativa que visa criar uma
bolsa de recrutamento de assistente operacionais nas nossas escolas, que
concorrem para a colocação em quadro ou contratação a termo”, concluiu.