Governo dos Açores reitera que vai adotar solução nacional encontrada para os professores
9 de out. de 2018, 09:03
— Lusa/AO Online
Avelino
Meneses, que foi ouvido em sede da Comissão dos Assuntos Sociais sobre
uma proposta de decreto legislativo regional, da autoria do PSD/Açores,
que defende a abertura de negociações diretas com os docentes, declarou
que a procissão “não está no adro, mas ainda está muito longe de
recolher”.“Foi
aprovado pelo Governo da República dois anos, nove meses e 18 dias de
recuperação de tempo de serviço, indo agora o diploma para a Presidência
da República, podendo ou não ser promulgado, tendo a Assembleia da
República, no caso de ser viabilizado, a possibilidade de pedir a sua
apreciação parlamentar, sendo que o PS, que suporta o Governo, um
partido minoritário”, declarou o secretário regional da Educação.O
governante adiantou que o BE e o PCP já disseram que pretendem
recuperar integralmente todo o tempo de serviço dos professores, tudo
“ficando dependente da posição dos partidos na Assembleia da República”.
Avelino
Meneses disse que o Governo dos Açores “não tem qualquer pejo no uso da
autonomia” constitucional concedida à região, sustentando que esta tem
sido adotada em soluções no passado que "foram vantajosas para os
professores" dos Açores, em termos comparativos com os colegas
continentais. O
deputado do PPM, Paulo Estevão, considerou que com esta postura o
Governo Regional “continua a ganhar tempo” e que, a não haver uma
solução regional para esta questão, a solução a encontrar a nível
nacional vai surgir nos Açores mais tarde, após a aprovação do orçamento
regional.O
parlamentar recordou que fazendo usufruto da sua autonomia
político-constitucional, o Governo da Madeira avançou com uma proposta
que contempla a contagem integral do tempo de serviço dos docentes,
salvaguardando que não existe “nenhum impedimento constitucional” para
que o mesmo tenha lugar nos Açores.Considerando
que com a sua atitude o executivo açoriano revela uma “subjugação ao
Governo”, Paulo Estevão não obteve resposta do responsável pela Educação
quando tentou apurar o impacto orçamental para os Açores da contagem do
tempo de serviço.A
deputada do PS/Açores Sónia Nicolau, face à afirmação de Paulo Estevão
de que o Governo estaria a empurrar para o ano das eleições legislativas
regionais uma solução para os professores, recordou que o executivo, a
24 de novembro de 2017, já tinha dito aos sindicatos que iria adotar na
região a solução encontrada a nível nacional.A
parlamentar, que declarou que quem usou o instrumento das eleições foi o
PSD/Madeira, afirmou que neste dossiê o Governo dos Açores irá ter em
consideração as especificidades regionais dos professores, que serão
analisadas, debatidas e decididas.O
deputado social-democrata Jorge Jorge manifestou a sua insatisfação
pelo facto de o secretário regional “manter a sua posição” de adotar a
solução nacional, adiantando que a proposta de diploma do PSD/Açores
contempla a contabilização total do tempo de serviço, bem como a
necessidade de adoção da autonomia política para encontrar uma solução
na região.