Governo dos Açores reforça apoios sociais em 10 ME em 2023
3 de out. de 2022, 14:22
— Lusa/AO Online
“Na
totalidade, são perto de 10 milhões de euros a mais que devolvemos às
pessoas para que possam enfrentar, com mais desafogo, as dificuldades
económicas, sociais e financeiras resultantes da inflação”, afirmou o
vice-presidente do executivo açoriano, Artur Lima, que tutela a
Solidariedade Social, numa conferência de imprensa, em Angra do
Heroísmo, na ilha Terceira.As propostas de
Plano e Orçamento da Região para 2023, que vão ser votadas em novembro
na Assembleia Legislativa dos Açores, contemplam um aumento de 15% do
complemento ao abono de família, do complemento especial para doentes
oncológicos (CEDO) e do complemento para aquisição de medicamentos pelos
idosos (COMPAMID).Também o complemento
regional de pensão, conhecido como cheque pequenino, terá um aumento
gradual, de acordo com o valor das pensões, que atingirá os 15% no
escalão mais baixo.“Quem atualmente tem a
pensão mais pequenina, de 221 euros, ficará, com o aumento, com muito
perto dos 100 euros [de complemento]. É quase 50% da pensão que o Estado
de esquerda da República lhes dá”, salientou o vice-presidente do
Governo Regional, lembrando que em 2022 este complemento já tinha tido
um acréscimo de cerca de 30% no escalão mais baixo.O
executivo açoriano vai igualmente rever o acordo-base com o setor
social, em 2023, para aumentar o financiamento das diversas respostas
sociais.“No que respeita às instituições
sociais açorianas, que prestam um serviço decisivo e insubstituível aos
seus utentes, teremos também medidas para acautelar o crescimento de
despesas com o combustível, a alimentação e os bens necessários à
prestação de cuidados adequados”, avançou Artur Lima.Para
além do reforço de financiamento, o Governo Regional vai criar um apoio
à aquisição de combustíveis para Instituições Particulares de
Solidariedade Social (IPSS).“É uma medida
inovadora, aplicada pela primeira vez nos Açores. À semelhança de outros
apoios, como o combustível para as pescas ou o combustível para a
agricultura, teremos o combustível social”, apontou o vice-presidente do
executivo açoriano.Artur Lima justificou
este reforço de apoios sociais com a necessidade de mitigar a inflação,
que trouxe um “aumento exponencial do custo de vida” para as famílias,
instituições e empresas na região.“Os
Açores, com o peso da ultraperiferia e da dispersão geográfica, sofrem
mais com os efeitos da inflação, o que obriga a uma atenção especial por
parte do Estado e dos poderes regionais. O Estado tem sido pouco
proativo”, frisou.O vice-presidente do
executivo açoriano disse que já pediu uma reunião com a ministra da
Solidariedade Social, para pedir uma discriminação positiva dos Açores
na atribuição de apoios, mas ainda não recebeu resposta.“Temos
uma reunião pedida para lhe explicar que os Açores existem e precisam
de medidas diferenciadas”, adiantou, alegando que os bens alimentares
são “mais caros” na região do que no continente.