Governo dos Açores quis "resolver problemas" na unidade de saúde do Corvo
17 de mai. de 2022, 14:55
— Lusa/AO Online
“Havia
um problema que levou à intervenção do secretário regional da Saúde e
encontrou-se uma solução. O que é preciso é que possamos garantir
acessibilidade de saúde às pessoas e gestão dos conselhos de
administração das unidades de saúde nos Açores”, afirmou José Manuel
Bolieiro aos jornalistas, nas Capelas, ilha de São Miguel, à margem da
inauguração de um caminho agrícola.O
responsável do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM destacou que o
executivo açoriano “está à procura de soluções e não de um problema” com
as mudanças na Unidade de Saúde do Corvo.“Faz
parte da democracia uma manifestação e é da responsabilidade do Governo
Regional resolver problemas e ter soluções. É o estamos a fazer”,
declarou.Na sexta-feira, o Governo dos
Açores determinou a cessação de funções do presidente do Conselho de
Administração da Unidade de Saúde de Ilha do Corvo, o médico António
Salgado, alegadamente por discordâncias do profissional de saúde com os
restantes elementos daquele órgão.O facto gerou manifestações por parte dos corvinos e os protestos de alguns partidos.O
secretário Regional de Saúde dos Açores garantiu que o Corvo não vai
ficar sem médico, e poderá até “ter dois”, recusando motivações
político-partidárias na opção pela cessação de funções.Clélio
Meneses revelou, depois, que o médico e antigo candidato do PPM Paulo
Margato foi nomeado presidente do conselho de administração da Unidade
de Saúde do Corvo.Em declarações à agência
Lusa, o secretário Regional rejeitou qualquer problema ético na
nomeação de Margato por este ter sido candidato pelos monárquicos às
eleições regionais de 2020, advogando que “ninguém está impedido de ser
nomeado para cargos por ter sido candidato por qualquer partido”.Clélio
Meneses lembrou que Paulo Margato foi “nomeado para vários cargos por
governos anteriores” liderados pelo PS e salientou que “não existe
qualquer conflito de interesse com quem o nomeia”.Em
declarações à Antena 1/Açores na sexta-feira, o médico António Salgado
considerou que a decisão da tutela resultou de “uma particularidade do
Corvo, que é ser mandado de uma forma arbitrária, quase absoluta, por
uma figura que é o dono disto tudo e que gere a ilha como se fosse um
jogo de tabuleiro, o deputado do PPM”.Também
em declarações aos jornalistas na Horta, Paulo Estêvão, deputado do PPM
eleito pelo Corvo, assegurou ser “mentira” que tenha tido “qualquer
tipo de interferência no processo”.