Governo dos Açores quer uma "efetiva" descontaminação na ilha Terceira
18 de dez. de 2020, 07:28
— Lusa/AO Online
“A intenção
do novo Governo dos Açores é haver uma efetiva descontaminação dos
solos e aquíferos da ilha Terceira. Para isso é preciso o envolvimento
do Governo da República e dos Estados Unidos da América. Foi isso que
foi transmitido”, avançou Artur Lima.O
vice-presidente do Governo Regional falava, em Angra do Heroísmo, na
ilha Terceira, numa conferência de imprensa, após ter participado, por
videoconferência, na 44.ª Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e
os Estados Unidos da América.A
contaminação de solos e aquíferos na Praia da Vitória, provocada pela
Força Aérea norte-americana na base das Lajes, foi identificada em 2005
pelos próprios norte-americanos e confirmada, em 2009, pelo Laboratório
Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que monitoriza desde 2012 o
processo de descontaminação.Segundo Artur
Lima, a pandemia de covid-19 obrigou ao adiamento de um novo estudo do
LNEC sobre o atual estado da contaminação, que será realizado “logo que
seja possível”.“É necessário que os
relatórios técnicos sejam feitos não apenas por peritos portugueses, mas
também por peritos americanos e os resultados têm de ser compatíveis um
com o outro. Não pode haver dúvidas sobre qual é o fluxo das águas, se
vai em direção ao mar ou em direção à área povoada”, salientou.O
vice-presidente disse que o novo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) “tem
como prioridade máxima estabelecer critérios”, para que seja possível
acompanhar a evolução do processo de descontaminação e para que “haja
uma efetiva informação às pessoas”.“Queremos
fazer avanços que sejam palpáveis e concretizáveis, que são obviamente
mensuráveis no tempo”, frisou, dizendo esperar que “se possa avançar com
uma mais efetiva participação por parte do Governo Regional” no
processo na próxima reunião da Comissão Bilateral Permanente ou em
reuniões intercalares a realizar em Lisboa e “talvez nas Lajes”.Além
da descontaminação, o executivo açoriano enfatizou nesta reunião “a
necessidade de aumentar o investimento americano na Região Autónoma dos
Açores em algumas áreas”.Artur Lima
destacou a possibilidade de colaboração “ao nível do turismo, logo que
passe a pandemia”, mas também na educação, com um aumento das bolsas
escolares para estudantes açorianos nos Estados Unidos, e na saúde, com
“uma cooperação muito estreita para que profissionais de saúde possam
fazer estágios em hospitais e clínicas dos Estados Unidos, nomeadamente,
ao nível da medicina de catástrofe e da medicina de emergência”.Segundo o vice-presidente, o ‘feedback’ dos representantes dos Estados Unidos e do Governo da República foi “muito bom”.“A
preocupação é comum a todos relativamente ao ambiente e à vontade de o
resolver, estabelecendo parcerias e um entendimento para que as coisas
sejam resolvidas para proteger a saúde das pessoas e o ambiente. Isto
ficou claro nesta comissão bilateral e também, por outro aspeto, a
vontade de investir nos Açores ao nível da educação, das bolsas de
estudo, da medicina e, sobretudo, da transição digital, que é uma área
nova que este Governo tem”, sublinhou.