Governo dos Açores quer mais autonomia fiscal na Lei de Finanças regional
21 de jan. de 2022, 18:11
— Lusa/AO Online
José Manuel Boleiro, que tem
vindo a articular posições sobre a LFRA com Miguel Albuquerque, líder do
Governo Regional da Madeira, bem como com os parceiros sociais nos
Açores, preconizou a necessidade de um “exercício de solidariedade nas
transferências do Orçamento do Estado no sentido de apoiar o
desenvolvimento” dos Açores, “combatendo-se os sobrecustos de
insularidade, penosos para a economia privada e também para as
responsabilidades públicas”. O chefe do
executivo açoriano manifestando-se apologista de “mais autonomia, por
exemplo, a nível tributário”, perspetivando “outras capacidades e
competências fiscais para ajudar a promover a competitividade
territorial no desenvolvimento, a captação de investimento estrangeiro
ou de reforço de capitalização do tecido empresarial”.“São
reflexões que estaremos em progresso a construir para fazer também a
defesa dos interesses do desenvolvimento do país inteiro a partir dos
Açores e da Madeira na relação com o todo nacional”, disse, em
declarações aos jornalistas na sequência de uma audiência, em Ponta
Delgada, com o bastonário da Ordem dos Economistas.Bolieiro
reiterou que tem vindo a trabalhar com Miguel Albuquerque no dossiê da
LFRA, visando “o mais depressa possível ter uma posição conjunta” para,
no quadro da Assembleia da República, apresentar contributos para a
revisão.O governante reconheceu que esta matéria está condicionada pelo cenário de eleições legislativas nacionais.A
Assembleia Legislativa da Madeira vai participar no seminário
subordinado ao tema “Evolução e futuro da Lei de Finanças Regionais”,
que decorre em 21 de fevereiro, nos Açores, informou o parlamento
regional.A decisão, depois do convite
endereçado ao parlamento madeirense, foi tomada na reunião da
Conferência de Representantes dos partidos com assento na Assembleia
Legislativa da Madeira.O evento é promovido pelo Conselho Económico e Social dos Açores e vai decorrer na cidade de Ponta Delgada.“Chegados
a 2022, e passados dois anos de pandemia [de covid-19], começa a ficar
cada vez mais evidente que existem novos acertos que necessitam ser
feitos, quer pelas novas circunstâncias estruturais da despesa pública
criadas pela pandemia, quer pelos níveis inusitados de endividamento a
que foi necessário recorrer para lidar com as consequências gravosas da
pandemia”, refere o documento de enquadramento do seminário, citado na
informação divulgada pelo parlamento madeirense.A
Assembleia Legislativa da Madeira já aprovou, por unanimidade, uma
proposta de revisão da Lei das Finanças das Regiões Autónomas.Nos Açores foi criada uma comissão para a revisão.