Governo dos Açores quer estudar aumento de remuneração complementar e mexer no ISP
26 de jul. de 2022, 09:53
— Lusa/AO Online
Para
além destas medidas de mitigação da inflação, o executivo de coligação
PSD/CDS-PP/PPM pondera, também, uma “reanálise aos projetos já
aprovados” no âmbito do programa Competir + para “acomodar aumentos de
custos”, disse aos jornalistas por Duarte Freitas, secretário regional
das Finanças dos Açores, num fim de uma reunião do Conselho Permanente
de Concertação Social do Conselho Económico e Social dos Açores (CESA). “O
Governo Regional está disponível para intervir de novo no ISP. Enquanto
que, a nível nacional, o ISP continua com uma arrecadação em crescendo,
em junho, nos Açores, o ISP teve já uma arrecadação abaixo da
trajetória. O Governo continua, ainda assim, disponível para esta
atenuação de custo que, por via direta e indireta, acaba por atingir
todos os açorianos e empresas”, explicou Duarte Freitas.A
atualização do preço dos combustíveis nos Açores é feita no dia 01 de
cada mês, mas a 18 de abril houve uma redução de 11 cêntimos por litro
através de um apoio extraordinário, uma descida que se repetiu a partir
de 01 de maio.Quanto ao aumento da
remuneração complementar dos trabalhadores regionais da administração
pública, o governo vai reunir-se com os sindicatos, “tendo em vista
iniciar uma negociação que permita o aumento” daquele complemento,
“desde logo para os escalões de remuneração mais baixa”, disse.Na
quinta-feira, o executivo anunciou um aumento dos apoios à compra de
medicamentos, ao abono de família e à tarifa social de eletricidade,
disponibilizando um milhão de euros mensais para “mitigar o efeito da
inflação”, de acordo com o vice-presidente do Governo, Artur Lima.O secretário regional das Finanças manifestou a disponibilidade do
Governo para “aprofundar as medidas de apoio social ou de outro tipo”.O
“desagravamento fiscal”, com descidas nas taxas do IRS (Imposto sobre o
Rendimento Singular), do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) e do
IRC (Impostos sobre o Rendimento Coletivo), foi feito ainda antes da
subida dos preços, lembrou.Gualter
Furtado, presidente do CESA, notou que o Governo da República e a União
Europeia “não se podem alhear” dos impactos da inflação nos Açores e que
o Governo Regional deve “prosseguir a sua reivindicação”.Jorge
Rita, da Federação Agrícola dos Açores, definiu a inflação como uma
“tempestade perfeita”, apontando a necessidade de ter “todos a remar
para o mesmo lado” e defendendo a necessidade de a União Europeia
“discriminar os Açores de forma positiva”.Mário
Fortuna, da Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada, defendeu a
atuação nos impostos sobre os combustíveis e apelou à República para um
“desagravamento fiscal”, uma vez que o Governo dos Açores “já desceu os
impostos até ao limite”.Pela CGTP/Açores, João Decq Mota reivindicou o aumento do complemento regional ao Salário Mínimo Nacional de 5% para 7,5%.A
UGT manifestou-se preocupada com o salário médio da Região, que é “mais
baixo do que a nível nacional”, pedindo uma “convergência” de valores.Compete
à Comissão Permanente de Concertação Social promover o diálogo e a
concertação social entre os parceiros da área laboral e da área
empresarial, emitir parecer sobre o Plano Regional de Emprego e propor
medidas nos domínios do emprego, formação profissional e segurança
social.