Governo dos Açores quer chegar aos 61% de energias renováveis em 2026
19 de out. de 2022, 16:39
— Lusa/AO Online
“Temos
à volta de 40,2% de energias renováveis em toda a região. O objetivo é
61% em 2026. Atingiremos isso com o investimento da EDA, de 180 milhões
de euros, em energias renováveis e baterias, com a incineração de
resíduos, ampliação de parques eólicos públicos e privados, mas também
com a produção descentralizada, a que diz respeito às pessoas, que têm
agora o programa Solenerge [programa de apoio ao aumento da produção de
energia eólica e fotovoltaica]”, afirmou Berta Cabral no plenário da
Assembleia Legislativa.A governante falava
numa sessão de perguntas agendada pelo PAN sobre a estratégia regional
para a energia, durante a qual tanto este partido como o BE e o PS
acusaram o atual executivo (PSD/CDS-PP/PPM) de recuos em matéria de
energias renováveis.Perante a acusação da
deputada socialista Sandra Dias Faria relativamente ao “retrocesso em
políticas de energia”, a secretária regional alertou que a estratégia
açoriana para a energia deixada pelo governo do PS “não está aprovada”.“As
metas não foram cumpridas pelo vosso governo. A estratégia tem de ser
toda revista. Será revista, com realismo, porque é com realismo que
atingimos metas. Não é com ambições megalómanas a achar que se chega aos
80% daqui a um ano ou dois. A estratégia está a ser ultimada, a ser
revista para atingir metas razoáveis”, observou. Berta Cabral assumiu, contudo, que “é preciso acelerar e fazer mais”, mas o executivo PSD/CDS-PP/PPM não tem estado parado.“A
Graciosa é uma ilha modelo com vários investimentos. E a EDA tem, até
2026, previsto um investimento de 180 milhões de euros só em energias
renováveis. É um investimento muito robusto e a EDA é o braço armado do
governo na implementação das energias renováveis”, afirmou.Relativamente a incentivos à mobilidade elétrica, a governante indicou existirem “poucos” pontos de carregamento de viaturas. “Há
47 e [mais] 40 para instalar. Eu diria que, quando uma família decide
adquirir um veículo elétrico tem de acautelar carregá-lo nas horas de
vazio na sua habitação”, disse Berta Cabral.A
secretária regional referiu ainda o apoio de 4 550 euros à aquisição de
viaturas elétricas, admitindo que o preço daqueles veículos “é bastante
superior e a confiança das pessoas não é muita”.“Em
termos de autonomia instala-se receio na sociedade em geral”, observou,
considerando que o mesmo se passa relativamente ao investimento nos
transportes coletivos de passageiros.“Em
zonas urbanas ou metropolitanas, já existem alguns veículos de
transporte coletivos elétricos. Noutros locais é difícil ter confiança
nos autocarros para fazerem esses percursos. É um processo que ainda
levará algum tempo”, disse. A governante indicou também que a ilha das Flores “é a segunda ilha” do arquipélago “com mais energias renováveis”.Berta
Cabral disse estar disponível para “ir mais longe” e “ter outro tipo de
medidas”, justificando que o plano nacional de poupança de energia,
“neste momento, não é ajustado à realidade” dos Açores.Tal
deve-se, em parte, ao facto de a região não ser dependente do gás, a
não ser do butano, devendo a solução passar pela “eletrificação dos
consumos domésticos”. “Não adotamos o
plano nacional. Estamos disponíveis, se necessário, para estruturar um
plano regional de poupança de energia”, afirmou.