Governo dos Açores quer avançar com projeto-piloto da semana de quatro dias de trabalho em 2025
19 de abr. de 2024, 17:55
— Lusa/AO Online
"Pretendemos
ter um desenho até ao final do ano para, no próximo ano, começarmos com
projetos-piloto de implementação da semana de quatro dias, que não
será, numa fase inicial pelo menos, generalizado a toda a função
pública", afirmou o secretário das Finanças, Planeamento e Administração
Pública. Duarte Freitas, que falava aos
jornalistas na sede da Secretaria em Ponta Delgada, realçou que a semana
de quatro dias "poderá vir a ser mais ou menos alargada" a toda a
função pública, em virtude das experiências piloto."Vamos
convocar um Conselho Consultivo da Administração Pública Regional a
breve trecho para ter uma reflexão mais aprofundada sobre essa matéria,
recolhendo ideias desse conselho para desenharmos em concreto o
projeto", revelou.Sobre a posição do setor
privado, Duarte Freitas realçou que já existem empresas a aplicar a
semana de quatro dias nos Açores, assinalando que a medida pode
significar a "melhoria da produtividade"."A
semana dos quatro dias não quer dizer que seja de uma forma fixa. Há
empresários e serviços que podem ter a semana de quatro dias e o quinto
dia ser em teletrabalho. Há empresários que podem ter três dias de
presença física e dois de teletrabalho", referiu.Considerando
que se trata de “um sentido de responsabilidade”, Duarte Freitas
defendeu que “um funcionário do setor público ou privado motivado e bem
formado, com formação contínua, será mais produtivo”.“Estamos profundamente convictos disso", salientou.No
programa do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), aprovado em março no
parlamento açoriano, o executivo açoriano indica querer criar um
"projeto-piloto para a semana de quatro dias/teletrabalho (extensível
igualmente ao setor privado), sempre em comum acordo com o trabalhador e
com o empregador, para melhor conciliar a sua vida profissional com a
vida pessoal e familiar”.A 26 de março, a
Câmara do Comércio e Indústria dos Açores (CCIA) disse não se opor ao
projeto-piloto para a semana de trabalho de quatro dias, anunciado pelo
Governo Regional, mas entendeu que a medida dificilmente poderia ser
aplicada no setor privado.