Governo dos Açores quer analisar afetação de recursos humanos na educação
7 de fev. de 2020, 16:19
— Lusa/AO Online
Vasco
Cordeiro, que falava na cerimónia de assinatura do protocolo entre a
“Iniciativa Educação” e a Secretaria Regional da Educação, que aconteceu
hoje, em Ponta Delgada, considerou necessário “questionar se a forma
como” a educação está organizada “permite que um professor, numa sala de
aula, numa escola, esteja, efetivamente, a produzir no sentido que mais
interessa à sociedade”.O líder do
executivo açoriano salientou a abertura na região de mais de 890 vagas
para professores desde 2015, incluindo as 135 vagas para o próximo ano
letivo, hoje publicadas em Jornal Oficial, mas considera ser necessário
analisar a afetação desses recursos.“Será
que o trabalho dos professores está a ser direcionado para exatamente
aquilo que é essencial? (…) Tenho ouvido, em diversas circunstâncias,
queixas em relação peso excessivo do trabalho burocrático que afeta os
professores. (…) É fundamental que, do ponto de vista da afetação dos
recursos, eles sejam dirigidos para aquilo que verdadeiramente se espera
e que devem fazer e o trabalho do professor deve ser o de ensinar,
acompanhar, educar”, concretizou.O projeto
“A a Z – Ler Melhor, Saber Mais”, hoje formalizado, está já a decorrer,
desde setembro, na Escola Básica e Secundária de Santa Maria e na
Escola Básica Integrada de Ginetes, em São Miguel, chegando a cerca de
42 alunos do 1.º e 2.º anos, esclareceu o coordenador regional do
projeto, Marcelo Pinheiro, adiantando que a resposta tem sido positiva.O
“A a Z Ler Melhor, Saber Mais” é um dos projetos da “Iniciativa
Educação” para combater a iliteracia entre os mais novos, que será
aplicado em 25 escolas de três zonas do país: Gondomar, Moura e Açores.A
escolha das escolas baseou-se nos resultados dos alunos portugueses em
testes internacionais, como o PISA (Programme for International Student
Assessment), que permitiu “identificar onde havia mais problemas e
maiores necessidades de intervenção”, explicou, na apresentação do
projeto, a 22 de outubro passado, Inês Soares dos Santos Canas, também
do projeto.Na Europa, quase um em cada
cinco jovens (19,7%) tem dificuldades em perceber o que lê. A iliteracia
é um problema grave a que Portugal não está imune, com 17,2% dos jovens
a revelarem dificuldades, lembrou Nuno Crato, presidente do Conselho
Diretivo da iniciativa.O também
ex-ministro da Educação destacou que a “finalidade última [é] contribuir
para a formação e qualificação reais dos jovens, especialmente daqueles
que, devido a dificuldades familiares, sociais, económicas e outras,
não atingem os resultados escolares que poderiam obter e que estão,
muitas vezes, em risco de insucesso”.Com
uma verba total de 20 milhões de euros, o projeto “Teresa e Alexandre
Soares dos Santos – Iniciativa Educação” também inclui o projeto “Ser
Pro” para atuar junto dos jovens
que queriam seguir o ensino profissional.