Governo dos Açores que reforçar alternativas à institucionalização de idosos

22 de out. de 2014, 13:43 — Lusa/AO Online

"Estamos empenhados em reforçar estas respostas de apoio alternativo à institucionalização, apoiando a permanência dos idosos nas suas casas, com a melhoria e alargamento do apoio domiciliário e o alargamento da rede de centros de dia", disse Vasco Cordeiro. O presidente do executivo açoriano falava na freguesia da Piedade, concelho das Lajes do Pico, durante a cerimónia de assinatura do contrato de cooperação com a Misericórdia local com vista à criação de um centro de noite para idosos, tendo revelado que em 2015 as verbas públicas destinadas ao apoio a idosos rondarão os dez milhões de euros. "As nossas prioridades em 2015 passam por alargar a rede de equipamentos, renovar as estruturas existentes no sentido de garantir as devidas condições de conforto para os utentes e de eficiência de trabalho para os colaboradores", acrescentou. Vasco Cordeiro lembrou que o apoio aos idosos nos Açores abrange também medidas como o complemento dado às pensões, que em 2013 abrangeu 34 mil idosos (24 milhões de euros) e a comparticipação na compra de medicamentos que, também no ano passado, apoiou 6.700 pessoas. A ampliação do Lar Senhora da Piedade, para a criação do centro de noite, custará cerca de um milhão de euros (o que engloba a obra e o equipamento) e alargará a sua capacidade para os 26 utentes. O prazo de conclusão são dois anos. A provedora da Santa Casa da Misericórdia das Lajes do Pico, Ana Jorge, sublinhou que este é o concelho da ilha do Pico mais envelhecido e que o apoio aos idosos por parte das famílias tem vindo a diminuir, chamando a atenção para a importância da resposta dada pela instituição. Segundo Ana Jorge, 50% dos utentes da santa casa têm elevados graus de dependência, tendo insistido na urgência de ser revisto o valor padrão de financiamento das IPSS nos Açores, de forma a levar em conta o grau de dependência dos idosos. Esta é uma reivindicação que já foi feita por outras instituições e a que o executivo regional já admitiu dar resposta, tendo a 14 de outubro anunciado a criação de uma estrutura de missão para acompanhar e avaliar o novo modelo de financiamento de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e Misericórdias. O novo modelo de financiamento de IPSS e Misericórdias nos Açores foi aprovado pela maioria socialista no parlamento açoriano há um ano. As instituições deixaram de receber financiamento em função do número de trabalhadores e das despesas de funcionamento das infraestruturas para passarem a receber um valor-padrão por utente, tendo em conta os serviços prestados. Segundo dados revelados hoje por Vasco Cordeiro, há nos Açores cerca de 240 instituições que asseguram respostas sociais em parceria com o executivo regional.