Governo dos Açores prevê rever Estratégia de Especialização Inteligente até 2020
19 de fev. de 2019, 09:53
— Lusa/AO Online
Citado
numa nota de imprensa do executivo açoriano, Gui Menezes referiu que o
processo de revisão pretende atualizar a RIS3 (que define prioridades
para promover o desenvolvimento económico e o emprego) “não só no que
respeita às áreas a abranger, mas também nas metodologias de
implementação”.O
anúncio do secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia foi feito
na sessão de abertura do Conselho Regional de Inovação, na Lagoa, ilha
de São Miguel.O
governante referiu, em declarações aos jornalistas, que o objetivo é
desenhar “uma estratégia mais adaptada e que seja consentânea com aquilo
que são as expectativas da sociedade e as potencialidades que os Açores
têm para o seu desenvolvimento em áreas em que podem ser
diferenciadores, tanto do ponto de vista da investigação, como económico
e do conhecimento”.O
responsável apontou o Espaço como uma das áreas possíveis, que não
estava contemplada na anterior RIS3, adiantando que em fevereiro de 2020
a nova estratégia estará desenhada, prevendo-se momentos de discussão
pública.Gui
Menezes sustentou que o novo documento “servirá de base para as
negociações no âmbito do próximo quadro comunitário” 2021-2027 e
declarou que a aplicação das metodologias da RIS3 já permitiu a
aprovação de 52 projetos de investigação e desenvolvimento nos Açores,
no valor de nove milhões de euros.Para
o titular da pasta da Ciência e Tecnologia, a aposta na inovação não se
resume à operacionalização da RIS3, mas abrange também a criação de
incentivos por parte do executivo açoriano e “a definição de estratégias
concertadas e integradas que garantam uma forte ligação entre a
ciência, a tecnologia, a inovação e o empreendedorismo”.Em
março, serão lançados uma linha de financiamento para a
internacionalização dos projetos de investigação e desenvolvimento em
contexto empresarial, com uma dotação de 600 mil euros, e um concurso
para vales ID, no valor de 800 mil euros, “para as empresas regionais
poderem alavancar os seus processos de inovação”. Segundo
Gui Menezes, os Açores “têm capacidade para ir buscar mais fundos para a
investigação e para o conhecimento”, e para que as empresas sejam mais
bem capacitadas nessas áreas: “Sem inovação, é difícil as empresas
vingarem num mundo cada vez mais competitivo”.A
Estratégia de Investigação e Inovação para a Especialização Inteligente
apresenta três eixos: pescas e mar; agricultura, pecuária e
agroindústria; e turismo.A
União Europeia (UE) incentivou os Estados-membros e regiões a
aumentarem o investimento em investigação e inovação, que deverá atingir
3% do respetivo Produto Interno Bruto (PIB) até 2020, entre fundos
públicos e fundos provenientes do setor privado. Este
aumento deverá levar à criação de 3.700.000 postos de trabalho e a um
crescimento do PIB anual da UE de cerca de 800 mil milhões de euros.