Governo dos Açores prevê avançar com obras no bairro da Terra Chã até setembro
13 de jun. de 2019, 09:58
— Lusa/AO Online
“O
contrato aguarda o cumprimento de requisitos legais conducentes ao seu
envio à fiscalização prévia do Tribunal de Contas, processo que se
tornou mais moroso devido à mudança da entidade responsável,
estimando-se que no terceiro trimestre deste ano sejam iniciadas as
obras de demolição de 33 habitações e a posterior construção de 28
habitações unifamiliares e três espaços comerciais, bem como a
construção de diversas infraestruturas de apoio às habitações”, afirmou
fonte oficial da Direção Regional da Habitação, numa resposta por
escrito à Lusa.O anúncio do executivo
açoriano surgiu na sequência de um requerimento do Bloco de Esquerda,
entregue na terça-feira no parlamento açoriano, sobre a requalificação
do bairro construído há quase 40 anos para acolher desalojados do sismo
de 1980.Segundo os deputados bloquistas, o
executivo açoriano, liderado pelo socialista Vasco Cordeiro, assinou em
2017 um contrato com a Sociedade de Promoção e Reabilitação de
Habitação e Infraestruturas (SPRHI) – empresa pública extinta no final
de 2018 – para que fosse executada a terceira etapa da segunda fase das
obras de requalificação, em que se previa “a construção de 28
habitações, a abertura de dois novos arruamentos, a construção de três
espaços comerciais e a demolição de 33 moradias”.António
Lima e Paulo Mendes alertaram ainda para a existência de “habitações
devolutas, emparedadas, mas de fácil acesso”, alegando que representavam
“um perigo para a saúde pública”.Em
reação, a Direção Regional da Habitação, que assumiu as empreitadas
previstas para o bairro da Terra Chã, na sequência da extinção da SPRHI,
disse que o executivo açoriano “está atento aos eventuais problemas de
segurança e saúde relacionados com as habitações devolutas, tendo
especial cuidado com as habitações circundantes ao referido bairro”. Nesse
sentido, salientou que está previsto “um conjunto de medidas a cumprir
aquando da demolição e do acondicionamento e encaminhamento de resíduos
para um operador certificado, considerando que as coberturas das mesmas
edificações são constituídas por chapas de fibrocimento contendo
amianto”.A Direção Regional da Habitação
acrescentou que o processo de reconversão urbanística e habitacional do
bairro da Terra Chã, que implica a construção e reabilitação de 255
habitações – e que decorre há cerca de 10 anos – “está sujeito a um
planeamento faseado, com execução por etapas”.“A
partir da disponibilização de áreas novas na vizinhança do bairro e que
possibilitou a construção das primeiras 60 habitações, destinadas a
inquilinos e proprietários, toda a intervenção terá de concretizar-se
com base num processo complexo de libertação de novas áreas, através da
transferência das famílias residentes para as novas habitações que vão
sendo sucessivamente construídas”, acrescentou.