Governo dos Açores preparado para um eventual aumento das deportações dos EUA
14 de jan. de 2025, 09:36
— Lusa/AO Online
“Não é o cenário
previsível, mas estamos a preparar-nos para o pior”, disse Paulo
Estêvão, secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades,
em conferência de imprensa, na cidade da Horta, admitindo que possam vir
a ser deportados “centenas” de emigrantes oriundos dos Açores, que
estarão sem situação ilegal nos EUA.Segundo
explicou, a região já elaborou um relatório a respeito do impacto que a
“adoção de políticas mais restritivas”, na sequência da eleição de
Donald Trump, poderão vir a ter entre a comunidade açoriana que reside
naquele país, sobretudo nos estados de Rhode Island, Massachusetts ou
Califórnia.“O que está a ser feito é
preparar respostas na área da habitação, porque as pessoas não podem
ficar na rua, a preparar respostas na área dos apoios sociais, e a
preparar respostas na área da inserção, ao nível do emprego, além de
respostas na área da saúde e na área educativa”, referiu o governante.Paulo
Estêvão disse estar preocupado com as políticas anunciadas pelo
Presidente republicano agora eleito, em relação à imigração, mas lembrou
que foi durante o primeiro mandato de Donald Trump que menos emigrantes
açorianos foram deportados para os Açores (20 em 2017, 25 em 2018, 18
em 2019, 11 em 2020 e cinco em 2021).O
maior número de deportações para os Açores, oriundas dos Estados Unidos
da América, ocorreu entre 1997 e o ano de 2013, durante as
administrações de George Bush e de Barack Obama, altura em que foram
obrigados a sair do país mais de 800 açorianos que viviam em situação
irregular no país.O governante açoriano
aproveitou a ocasião para manifestar também a sua solidariedade para com
a população do condado de Los Angeles, na Califórnia, na sequência dos
incêndios dos últimos dias, que destruíram milhares de moradias e
provocaram a morte a, pelo menos, 24 pessoas.O
secretário regional dos Assuntos Parlamentares e das Comunidades disse
também estar esperançado que a Assembleia da República venha a aprovar, a 17 de janeiro, uma alteração proposta pelo parlamento açoriano, no
sentido de todos os cidadãos residentes nos Açores, independentemente da
sua nacionalidade, terem direito ao subsídio social de mobilidade, pago
pelo Estado aos passageiros que viajam de avião entre os Açores e o
continente.