Governo dos Açores prepara para 2022 novas ações para reduzir níveis de pobreza
3 de nov. de 2021, 11:06
— Lusa/AO Online
“O Governo Regional dos Açores
irá apresentar novas ações a implementar na Região Autónoma dos Açores
como resultado da reavaliação da Estratégia Regional de Combate à
Pobreza e Exclusão Social 2018-2028, que tem por objetivo central a
redução dos níveis de pobreza, retomando a convergência com a média
nacional e assegurando simultaneamente a coesão regional”, lê-se no
documento, que a Lusa consultou.As
políticas de prevenção e combate à violência doméstica e de género,
“focadas na formação e capacitação de profissionais de diferentes áreas
com o objetivo da melhoria das respostas de apoio à vítima, serão
igualmente reforçadas”, adianta o executivo, de coligação
PSD/CDS-PP/PPM.“Os Açores continuam
confrontados com a necessidade de responder eficazmente à pobreza e à
exclusão social, não se podendo descurar que a Região Autónoma dos
Açores é, desde há muitos anos, marcada por substanciais desigualdades
na distribuição de recursos e oportunidades, que conduzem a um maior
risco de pobreza”, descreve-se no documento.Entre
as medidas descritas, refere-se o “apoio financeiro às famílias através
da comparticipação do pagamento das propinas, bem como a atribuição de
bolsas de estudo a estudantes do Ensino Superior”. “Em
relação às propinas, foi revisto o apoio em relação ao valor a
comparticipar”, indica a proposta de plano, sem especificar o valor. Quanto às bolsas de estudo, “será reforçado o número anual a atribuir”.O
Governo pretende, também, aumentar “o número de alunos, pertencentes a
famílias carenciadas, que usufruirão dos pontos de estudo implementados
nos diversos polos de desenvolvimento local identificados na Estratégia
Regional de Combate à Pobreza e Exclusão Social”.O
executivo quer dar “continuidade a políticas que garantam a inclusão, a
universalidade e a equidade no acesso à Educação e que combatam as
desigualdades entre alunos". As políticas
de apoio social são as que “mais empregam investimento” no setor da
Educação, acrescenta o documento, explicando estar em causa a
necessidade “de provimento dos alunos mais carenciados”. “Em
paralelo, investir-se-á no acompanhamento individual ao aluno,
alavancando as competências de cada um, não restringindo a intervenção
educativa no combate ao insucesso, antes focalizando o sucesso,
reforçando a sua promoção”, refere. O
Governo pretende, “para além da continuidade das políticas de
estabilidade do corpo docente e não docente, em curso”, fazer “uma
valorização de todos os profissionais da educação, através de políticas
que reforcem a respetiva formação e a catapultem para superiores
patamares de exigência”.Será ainda feito
“um investimento significativo no âmbito das Escolas Digitais,
nomeadamente através de equipamento tecnológico para uso individual e
coletivo e de formação da comunidade educativa para uma eficiente e
segura utilização e navegação em linha”.Com
vista a “dar prosseguimento à promoção do sucesso educativo e ao
combate do abandono escolar precoce”, será dada prioridade a “projetos
de ação local nas unidades orgânicas e em complemento com a atividade
letiva, inseridas em projetos de educação informal e não formal”.Para
dar continuidade à reestruturação do parque escolar da região está
previsto o investimento para a conclusão da EBI de Capelas e da EBI de
Rabo de Peixe e para a remodelação da EBI de Arrifes. No
que diz respeito a novos projetos de remodelação ou construção de
“escolas visivelmente degradas”, são referidas a EBI de Lagoa e a EBS da
Povoação, bem como o início da segunda fase da obra da EBI da Horta.Ainda
na área da Coesão, para 2022, estão previstos “vários projetos de
intervenção social vocacionados para a promoção nas áreas da infância e
juventude, idosos, pessoas com deficiência e incapacidade e públicos em
situação de grave exclusão”, observa.Outro
objetivo é garantir “a formação e a capacitação, com objetivo reforçar
as competências profissionais e sociais das famílias abrangidas pela
ação social”.Prevê-se, também, “um
investimento em equipamento que permitirá a inclusão digital de idosos,
permitindo a esta população um acesso mais rápido, fácil e cómodo a
diversos serviços e apoios sociais”. De
acordo com o Governo, esta medida “servirá como um verdadeiro
complemento ao Programa Novos Idosos, programa este que permitirá aos
idosos do arquipélago dos Açores permanecerem na sua casa e junto da sua
família e comunidade, beneficiando de um conjunto de serviços e
cuidados adequados”.“Em 2022 estima-se o aumento do número de beneficiários deste programa”, salienta.O
executivo afirma, igualmente, que “a realidade socioeconómica da Região
Autónoma dos Açores exige que, entre as diversas medidas de apoio, seja
garantida a atualização anual do abono de família, do complemento
regional de pensão para idosos e do complemento para a aquisição de
medicamentos pelos idosos”. “Com este
último apoio pretende-se, paralelamente, simplificar e desburocratizar o
acesso a este tipo de apoios, tendo em consideração a transversalidade
da transição digital e da melhoria do serviço público”.