Governo dos Açores prepara cenários de retirada de população da ilha de São Jorge
22 de mar. de 2022, 20:53
— Lusa/AO Online
“Estamos
a cuidar deste problema em permanência com os melhores técnicos para,
no caso de ser necessário, termos a resposta preparada para intervir.
Esta resposta tem uma natureza ao nível de necessidade de evacuações e
de cuidados de saúde e tudo isto está a ser preparado para, na nossa
esperança, não ser necessário”, afirmou o titular da pasta da Saúde nos
Açores, Clélio Meneses, numa conferência de imprensa, em Angra do
Heroísmo.Desde
sábado à tarde já foram registados mais de 1.800 sismos na ilha de São
Jorge, 104 dos quais sentidos pela população. Só hoje, desde a
meia-noite, foram sentidas 22 ocorrências.Segundo
Clélio Meneses, que tutela também a Proteção Civil, os utentes
internados no Centro de Saúde das Velas, que está mais próximo dos
epicentros dos sismos, serão deslocados para o Centro de Saúde da
Calheta, na outra ponta da ilha de São Jorge, “no sentido de precaver
qualquer situação que torne mais difícil a movimentação, a mobilidade e
alguma evacuação”.Também
está a ser identificado, em colaboração com a Câmara Municipal das
Velas, “o número de pessoas com mobilidade afetada, para terem uma
proteção acrescida”.“Estamos
a ir ao pormenor de identificar todos os focos de dificuldade para
poder intervir com rapidez e eficácia de forma a garantir a segurança
das pessoas”, salientou o titular da pasta da Saúde.Clélio
Meneses disse ainda que o executivo açoriano entrou em contacto a
Atlânticoline, empresa pública responsável pelo transporte marítimo de
passageiros nos Açores, e com as Forças Armadas “para a necessidade de
ser emergente” retirar pessoas.Já
foram enviados meios humanos do Serviço Regional de Proteção Civil e
Bombeiros dos Açores (SRPCBA) e do Centro de Informação e Vigilância
Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) para a ilha de São Jorge e estão a
ser “preparados bombeiros de outras ilhas para a necessidade de terem de
se deslocar” para aquela ilha.“Estamos
a alocar os meios disponíveis e estamos, sobretudo, a preparar-nos de
forma a dar uma resposta imediata, efetiva e eficaz”, reforçou o
governante.Seguiram
hoje também para São Jorge “um reboque multivítimas, equipamento de
busca e intervenção em estruturas colapsadas, detetores de soterrados,
câmaras de buscas e equipamentos de estabilização”.Ainda
de acordo com Clélio Meneses, não há evidências de que haja atividade
vulcânica na ilha de São Jorge, mas as entidades têm de estar preparadas
para dar “uma resposta adequada”.“Estamos
preparados para acudir em tempo real, sabendo que estamos perante uma
catástrofe, se acontecer. Se não acontecer, ainda bem e só prova que o
Serviço Regional de Proteção Civil dos Açores, os bombeiros da região e
todo o Serviço Regional de Saúde estão preparados para acudir
intempéries”, afirmou.