Governo dos Açores pede maior articulação entre hospitais no combate a listas de espera
7 de set. de 2021, 08:37
— Lusa/AO Online
“Há muita
informação que não circula. Há situações em que os hospitais não têm
conhecimento do que acontece no outro hospital, o que para mim é
impensável. Até agora foi assim. O nosso propósito é criar este sistema
onde todos dão um contributo para o todo regional, desde logo também no
combate às listas de espera”, afirmou o titular da pasta da Saúde nos
Açores.Clélio
Meneses falava em Angra do Heroísmo, no final de uma reunião de duas
horas com os membros dos conselhos de administração dos três hospitais
dos Açores: o Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, o
Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira e o Hospital da Horta.Segundo
o governante, esta foi a “primeira de muitas” reuniões que o executivo
vai promover com os conselhos de administração dos hospitais, para que
haja uma maior articulação entre todos e partilha de recursos.“É
impossível que criemos, de facto, um sistema regional de saúde em que
cada um está para seu lado. Os hospitais da região têm de ter um
conjunto de ações e procedimentos e critérios que sejam uniformes e
apenas com essa uniformização de critérios e procedimentos é que se
conseguirá melhores respostas”, frisou.Clélio
Meneses reconheceu que algumas especialidades nos Açores têm listas de
espera cirúrgicas de “três, quatro anos”, mas garantiu que a região tem
“capacidade instalada”.“É
preciso é otimizar esses recursos, agilizar as soluções e colocar as
respostas de cada um dos hospitais a resolver o problema integral da
região”, sublinhou.Para
o governante, não faz sentido que um hospital recorra a entidades
externas quando outro hospital do Serviço Regional de Saúde tem
capacidade de resposta ou quando há possibilidade de deslocar médicos
entre ilhas.“Há
hospitais que têm capacidade de recursos humanos, mas não têm
capacidade física de salas de bloco disponíveis, há outros com salas de
bloco disponíveis, mas sem os profissionais. É conhecendo tudo, trocando
informação e dando uma resposta que seja geral e complementar em toda a
região”, apontou.Questionado
sobre a redução das listas de espera, Clélio Meneses não definiu metas,
nem datas, mas salientou que “nestes últimos meses tem havido uma
grande evolução”.“O
nosso propósito é atenuar o máximo possível as listas de espera. Não
temos um ‘timing’ porque também estamos a encontrar soluções”, frisou.O
executivo açoriano decidiu também “tentar de forma centralizada e comum
encontrar sinergias” para reduzir a dívida dos três hospitais, que, em
31 de dezembro de 2020, “estava estimada em 150 milhões de euros”.O
secretário regional da Saúde disse que pretendia reduzir, até final de
2021, um “valor significativo” da dívida, sem quantificar.“Não
queria avançar com nenhum valor nesta fase. Estamos a fazer esse
levantamento. Os credores terão outra abertura, consoante perceberem a
capacidade de resposta da região e estamos neste momento num processo
negocial, que envolve os credores e os hospitais”, observou.