Governo dos Açores “não se pode substituir" à Cofaco
12 de jan. de 2018, 14:21
— Lusa/AO online
"O
Governo Regional não recusa a essa empresa nenhuma das ferramentas que
tem neste momento disponíveis, mas o Governo não se pode substituir à
função de entidade patronal desses trabalhadores e, portanto, tudo
aquilo que nós disponibilizamos para essas situações está ao dispor, mas
há questões que têm a ver com a própria entidade patronal e com a
própria empresa", afirmou Vasco Cordeiro.O
governante falava à margem de uma audiência com o Grupo Pastoral Social
de Ponta Delgada, no Palácio de Santana, onde lembrou que o executivo
açoriano "tem acompanhado desde a primeira hora" este caso para
"esclarecer os trabalhadores", lembrando que também compete à Cofaco
fazer o mesmo.
"Não compete apenas ao Governo [Regional] esclarecer isso e, portanto,
seria muito mau sinal se não houvesse da parte dos responsáveis dessa
empresa uma postura de total transparência, de total esclarecimento",
advogou.O
presidente do Governo Regional dos Açores assume a "preocupação" com o
rendimento das pessoas afetadas, ressalvando, no entanto, que a Cofaco
"não é uma empresa que faliu e fechou as portas", tendo uma "perspetiva
de futuro"."Estamos
a falar de uma situação de uma empresa que interrompe o seu período de
funcionamento assumindo o compromisso de voltar a contratar esses
trabalhadores (...). Compreendo que isso não acalme, não diminua a
ansiedade de quem se vê nessa situação, mas nesta prioridade de
acautelar rendimento, as pessoas têm direito à sua indemnização, têm
direito também ao apoio do fundo de desemprego, essa questão de
rendimento está no fundo a ser acautelada e tratada neste âmbito",
disse. Vasco
Cordeiro lembra que o executivo açoriano está a acompanhar "muito de
perto e com muita atenção" esta matéria, nomeadamente "os contornos
desse investimento do projeto que está em análise", tendo em conta "a
dimensão e importância" da fábrica da Cofaco, na ilha do Pico."Uma
das prioridades que temos é, o mais rapidamente possível, concluir a
análise desse projeto de investimento de forma a que também o mais
rapidamente possível as obras de construção dessa nova unidade possam
iniciar-se para que também rapidamente ela possa estar concluída e
passar à fase de contratar novamente trabalhadores", afirmou.A
administração da conserveira Cofaco informou esta terça-feira que iria
proceder ao "despedimento coletivo" dos 180 trabalhadores da empresa.A
fábrica Cofaco, no concelho da Madalena, na ilha do Pico, vai manter os
trabalhadores até abril, altura em que arrancam as obras para a
construção da nova unidade industrial.Os
trabalhadores da conserveira Cofaco em Rabo de Peixe, na ilha de São
Miguel, admitem fazer greve em solidariedade para com os quadros da
empresa abrangidos pelo despedimento coletivo no Pico, uma decisão que
poderá sair de um plenário de trabalhadores agendado para esta
sexta-feira, às 15:00 locais (16:00 em Lisboa).