Governo dos Açores estuda soluções para encaminhamento de passageiros não residentes
14 de dez. de 2021, 16:07
— Lusa/AO Online
“Vamos encontrar, e estamos a
trilhar caminhos nesse sentido, uma solução próxima de um ‘interline’
para os passageiros acederem de forma facilitada [a ilhas que não
recebem voos diretos do exterior do arquipélago] e para que se mantenha o
equilíbrio na distribuição de fluxos turísticos”, disse Mário Mota
Borges.O secretário regional falava no
plenário do parlamento açoriano, após uma declaração política do
deputado socialista José Ávila sobre coesão regional e o fim dos
encaminhamentos, considerados “mais um rude golpe das ilhas mais
prejudicadas, que são sempre as mesmas”.“A
conjugação destas decisões perniciosas representa, para a maior parte
das ilhas, uma visão enviesada da coesão e colide com o programa de
governo”, observou, referindo-se também à suspensão do transporte
marítimo sazonal da linha Amarela.Mota Borges notou que os encaminhamentos gratuitos se mantêm “para os residentes nos Açores”.A
questão, explicou, é que o Governo teve de recorrer a um documento da
União Europeia “onde estava expresso que os encaminhamentos eram só para
residentes”.Na bancada do PSD, António Vasco Viveiros já tinha defendido a coesão territorial como um tema que “todos acarinhamos”.O
deputado notou que as decisões do Governo não podem ser dissociadas da
criação da Tarifa Açores, de voos interilhas para residentes até 60
euros.Quanto aos encaminhamentos, defendeu
que, “para os não residentes que vêm do continente, seja encontrada uma
alternativa que traga alguma justiça e sirva outras ilhas que não
recebem voos das [companhias] ‘low cost’”.Rui
Martins, do CDS, disse ser necessário avaliar se a região quer “um
turismo de massas ‘low cost’ ou se pretende fazer mais com menos”. “Ou
seja, um turismo de nicho que permita fazer mais rendimento com o nosso
valor acrescentado – a nossa natureza, a nossa cultura - para haver
crescimento económico sem depauperar a nossa maior riqueza”, disse.Paulo
Estêvão, do PPM, considerou importante repensar os encaminhamentos de
não residentes para uma “distribuição de fluxos turísticos por todas as
ilhas”. “Os encaminhamentos estavam a ter
papel positivo nesse sentido. A concentração do fluxo turístico em
apenas algumas das ilhas [do arquipélago] é inaceitável. Tem de ser
encontrada uma solução que acautele a mobilidade de deslocação de
residentes e fluxos turísticos”, defendeu.