Governo dos Açores estima conclusão de estudo sobre o leite dentro de um ano
14 de jan. de 2021, 18:33
— Lusa/AO Online
“Os
mandatos governativos são de quatro anos e obviamente não podemos
passar um mandato a fazer um estudo. Temos que perspetivar na repartição
do calendário do mandato um tempo apropriado para o estudo, outro para a
sua aplicação e depois a avaliação de resultados. Penso que todos
devemos fazer um esforço para, no espaço de um ano, termos o estudo
feito e iniciar a sua concretização, mas quanto mais depressa melhor”,
declarou José Manuel Bolieiro.O líder do
governo de coligação PSD/CDS-PP/PPM, que recebeu, no Palácio de
Sant’Ana, em Ponta Delgada, o presidente da Lactogal e seus parceiros
comerciais nos Açores, referiu que o seu executivo vai iniciar um
processo de recolha de contributos juntos dos parceiros do setor ligados
à produção, indústria e comercialização e deixou claro que não fará,
"por causa da pressa, um estudo enganador”. A
produção nos Açores tem vindo a queixar-se de sucessivas quebras no
pagamento do leite à produção - já em anos anteriores à pandemia da
covid-19 - pago pela indústria, que também se queixa de dificuldades no
escoamento dos produtos, a par da comercialização.O
presidente do Governo dos Açores já reiterou a necessidade de um
“equilíbrio” na fileira do leite, reconhecendo que o aumento do
rendimento dos produtores pode resultar “do preço” ou “dos auxílios de
subvenção pública e comunitária”.José
Manuel Bolieiro frisou a importância da “concertação” entre “todos os
elementos desta cadeia de negócio”, na fileira do leite.É
preciso encontrar “equilíbrio, visto que é fundamental ter uma boa
relação, com equidade, justiça e solidariedade, entre produção,
transformação e comercialização e o Governo está disponível, obviamente,
para ser um parceiro auxiliar destes entendimentos e dessa melhoria de
entendimento e de rendimentos para todos”, afirmou o líder do executivo
açoriano.À saída da audiência com o
chefe do executivo açoriano, o presidente da Lactogal, Casimiro de
Almeida, declarou aos jornalistas que vê o futuro do setor do leite “com
muitas apreensões, fundamentalmente pelo excedente da matéria-prima,
pela decadência dos preços do produto transformado e pela sempre
exigência dos produtores".O gestor
explicou que os lavradores "querem mais preço, ficando a indústria um
bocado emparedada entre quem compra, que quer comprar mais barato, e
quem vende, que arranja sempre alternativas para reivindicar, com razão
ou sem razão”.A Lactogalp detém 51% do
capital da Pronicol - Produtos Lácteos, S.A, sendo os restantes 49%
assegurados pela Unicol, União das Cooperativas de Lacticínios
Terceirense, fundada em 1946, com cerca de 900 associados e é,
atualmente, o maior grupo económico da ilha Terceira.