Governo dos Açores estabiliza preço dos combustíveis com fixação de imposto
26 de mar. de 2019, 18:41
— Lusa/AO Online
A
decisão foi anunciada hoje pelo secretário Regional Adjunto da
Presidência para os Assuntos Parlamentares, Berto Messias, durante a
leitura do comunicado do Conselho de Governo, que se reuniu na
segunda-feira, em Vila do Corvo, no âmbito da visita estatutárias do
executivo à ilha.À agência Lusa, o
vice-presidente do Governo Regional, Sérgio Ávila, que tutela as
Finanças da região, explicou que “a resolução corresponde ao
compromisso" assumido na Assembleia Legislativa Regional de se
concretizar "uma alteração substancial dos critérios de definição dos
preços máximos de combustíveis na região”.“Nesse
contexto, passamos a fixar um valor de diferencial fiscal sobre a
incidência fiscal nos Açores e do país, e asseguramos que a incidência
fiscal nos Açores, no total da carga fiscal sobre os combustíveis, é,
para a gasolina, 10% inferior à que se aplica no continente, 16%
inferior no gasóleo rodoviário, 18% inferior, pelo menos, no gasóleo de
pescas e no gasóleo agrícola, e 30% inferior no gás”, prosseguiu.Com
esta medida, é definido “um montante de ISP [Imposto Sobre os Produtos
Petrolíferos], que é uma das componentes dessa incidência fiscal fixa, e
que não é alterada ao longo do ano, a não ser que seja alterado esse
diferencial fiscal”, o que leva a que, “a partir de agora, só haja um
momento de variação de preço máximo de combustíveis nos Açores, que é no
dia 01 de cada mês”.Essa variação
corresponde “à variação do preço público Europa, ou seja, do custo de
aquisição dos combustíveis à entrada da região, que é definido com base
nos 14 maiores países da Europa”, esclareceu o governante.Ao
indexar o valor do ISP para a região ao preço público Europa, ao invés
do que acontecia até agora, em que os preços “eram ajustados ao longo do
mês em função da evolução dos preços de venda no continente”, é
possível estabilizar o preço máximo de venda de combustíveis no
arquipélago.O Conselho de Governo aprovou,
ainda, a proposta de Decreto Legislativo Regional que “altera os
princípios orientadores da organização e da gestão curricular da
educação básica para o sistema educativo regional e aprova as matrizes
curriculares da educação pré-escolar e dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos do
ensino básico”.Com esta proposta, o
executivo sugere “o reforço da autonomia e flexibilidade curricular, que
permita às unidades orgânicas uma organização dependente das suas
prioridades em vista do sucesso educativo”, explicou Berto Messias.Neste
âmbito, as escolas teriam autonomia, dentro de um limite de 25% de
flexibilidade, para “dar mais tempo semanal a uma disciplina em
detrimento de outra”, “variar a carga letiva semanal de acordo com
projetos específicos” e organizar as disciplinas por trimestre ou
semestre, apostando num “maior trabalho inter e transdisciplinar”.A
medida prevê também a reintrodução das Tecnologias da Informação e
Comunicação em todo o ensino básico e a reestruturação da História,
Cultura e Geografia dos Açores, “que passa a estar presente do 5.º ao
9.º anos, sendo que as unidades orgânicas poderão optar pela sua
transversalidade com as restantes disciplinas ou colocá-la como
disciplina autónoma numa das componentes do currículo”.De
destacar, ainda, a criação de um prémio de 500 euros para os jovens
açorianos que ingressem no Ensino Superior, uma medida proposta pelo
CDS-PP na discussão do Plano e Orçamento para 2019 e aprovada por
unanimidade no parlamento açoriano.