Governo dos Açores e oposição divergem sobre fim da rota da SATA Terceira-Porto

21 de dez. de 2017, 08:43 — Lusa/AO Online

“A prioridade do Governo dos Açores é que continuem a ser asseguradas as acessibilidades dos terceirenses e residentes na ilha Terceira, de uma maneira geral, ao continente. No caso desta rota há uma outra companhia a operar, sendo liberalizada, ditada por critérios de mercado”, declarou a secretária regional dos Transportes e Obras Públicas.Ana Cunha prestava declarações aos jornalistas após uma audição, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, na reunião da Comissão de Economia da Assembleia Legislativa Regional.A audição teve como base uma proposta de resolução do CDS-PP que recomenda ao Governo Regional, na qualidade de único acionista do Grupo SATA, que dê orientações específicas no sentido de impedir a concretização da “decisão unilateral de acabar com a rota Terceira-Porto-Terceira, em outubro de 2017”.A governante adiantou que existe uma outra rota a ser operada que “garante essa acessibilidade” e “mesmo que não existisse, a SATA oferece a ligação ao continente através de Lisboa e outras ‘gateways’ da região”. Graça Silveira, do CDS-PP, considerou que a secretária regional “assumiu hoje, na comissão, que, afinal, a SATA não cumpre a sua missão”, estando os terceirenses “muito mais bem servidos porque passam a ter duas ligações entre a Terceira e o Porto feitas por uma companhia de baixo custo, com maior frequência e preço mais baixos”. O social-democrata Luís Rendeiro afirmou que sai da comissão parlamentar “muito preocupado” porque se “assistiu ao baixar de braços por parte da SATA e da sua tutela, o Governo Regional, face à sua incapacidade num mercado concorrencial”, acrescentando que as opções “políticas e de gestão” da companhia “prejudicam a rota, a ilha e os seus negócios”.Para o parlamentar do Bloco de Esquerda António Lima, o objetivo do grupo SATA “não deve ser só e apenas a rentabilidade, mas o serviço público”, sendo esta rota “importante para a ilha Terceira”.A socialista Mónica Rocha considerou que foram apresentados “dados específicos e concretos que fundamentaram esta decisão” em sede de comissão parlamentar, adiantando que é “muito satisfatório saber que a SATA garante e descansa os terceirenses que, na falha da rota por parte das outras companhias, esta necessidade será satisfeita”.