Governo dos Açores diz que solução para Ponta da Fajã das Flores custaria 500 ME
16 de jul. de 2021, 14:43
— Lusa/AO Online
“Uma
das soluções seria construir um muro de suporte que, na verdade, não
garante a eliminação total do risco, mas que custaria cerca de 70
milhões de euros, um investimento muito significativo. Mas a solução que
iria permitir uma segurança total daquele talude seria o seu
reperfilamento, um investimento que se estima possa andar na ordem dos
500 milhões de euros, o que é ainda mais desproporcional, para além dos
impactos ambientais”, declarou Alonso Miguel.O
secretário regional intervinha na Assembleia Legislativa Regional dos
Açores, reunida em plenário, na Horta, ilha do Faial, na sequência da
apreciação de uma iniciativa legislativa que visava revogar o Decreto
Legislativo Regional n.º 23/89/A, de 20 de novembro, mantendo-se a
proibição de edificação na zona da Ponta da Fajã, concelho das Lajes das
Flores.Para
o secretário regional do Ambiente e Alterações Climáticas, a zona
continua a ser “de alto risco geológico e a suscetibilidade de
movimentos de vertente é exatamente a mesma que era em 1987, aquando da
ocorrência do movimento de vertente, e em 1989, aquando da aprovação do
Decreto Legislativo Regional”, que impõe medidas de salvaguarda na Ponta
da Fajã.Alonso
Miguel referiu que, se a decisão do parlamento for no sentido de anular
a proibição de habitar no local, deve-se “quanto antes promover uma
reavaliação dos movimentos de vertente naquela zona”, baseada na
“cartografia de pormenor hoje existente e nas novas metodologias de
análise que não existiam em 1989”.O
governante afirmou que as soluções apontadas para a Ponta da Fajã “são
gigantescas em termos ambientais”, além das questões financeiras e
paisagísticas.Estimam
as autoridades locais que seis famílias vivem na Ponta da Fajã Grande,
um dos locais de maior risco no arquipélago, encontrando-se atualmente
as casas distantes da zona onde aconteceu uma derrocada em 1987.A
Ponta da Fajã já registou duas derrocadas, a primeira das quais em
setembro de 1987, tendo sido declarada como zona de alto risco, o que
levou à proibição de qualquer tipo de construção naquela área.A
mais recente ocorreu em 21 de outubro de 2009, ocasião em que se
registou um movimento de massa na arriba da Ponta da Fajã Grande.