Governo dos Açores diz que região não é pobre e pede "abordagem séria" ao tema
9 de jan. de 2019, 10:17
— Lusa/AO Online
“No combate à
pobreza e em todo o debate público que tem sido desenvolvido no âmbito
do combate à pobreza, é importante fazer uma abordagem séria e
intelectual e politicamente honesta, ou seja, nós não podemos – porque
daqui se podem tirar dividendos e benefícios político-partidários –
querer tentar fazer dos Açores uma região pobre, quando aquilo que os
Açores são é uma região com alguns focos de pobreza, que exigem uma ação
forte e intensa”, adiantou o secretário regional adjunto da Presidência
para os Assuntos Parlamentares, Berto Messias. O
governante falava, em Angra do Heroísmo, na leitura do comunicado do
Conselho de Governo, reunido em Ponta Delgada, que decidiu, entre outras
medidas, aprovar a constituição da equipa de coordenação da Rede de
Polos Locais de Desenvolvimento e Coesão Social.“Esta
medida é também a materialização dessa estratégia, sempre numa postura
de proatividade, mas de grande seriedade nesta abordagem, sem
instrumentalizar aqueles que infelizmente ainda são vítimas do fenómeno
da pobreza”, frisou.A
equipa de coordenação tem agora 30 dias para constituir “equipas locais
multissetoriais”, que serão responsáveis pela operacionalização dos
Polos Locais de Desenvolvimento e Coesão Social, integrados na
Estratégia Regional de Combate à Pobreza e Exclusão Social dos Açores.Os
locais identificados pelo executivo açoriano com necessidade de
intervenção prioritária são Água de Pau, no concelho da Lagoa, Arrifes,
no concelho de Ponta Delgada, Fenais da Ajuda e Rabo de Peixe, no
concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, e Terra Chã, no
concelho de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.“O
inquestionável desenvolvimento económico e social da região, comprovado
por vários indicadores ao longo dos últimos anos, faz com que o
fenómeno da pobreza não possa ser tratado como uma matéria transversal e
homogénea em todo o território regional”, salientou Berto Messias.O
vice-presidente do PSD/Açores e deputado à Assembleia da República
António Ventura acusou, na segunda-feira, o Governo Regional do PS de
promover a dependência da população, salientando que 30,5% dos açorianos
vive em risco de pobreza. "Nos
Açores, temos um Governo que provoca pobres para depois os pobres
dependerem dele, porque enquanto os pobres dependerem do Governo não há
desenvolvimento e eles mantêm-se no poder. Esta é a estratégia usada há
22 anos: é criar pobres para depois estarem de mão estendida, para
dependerem do Governo", apontou.O
Conselho de Governo aprovou ainda a nova regulamentação do programa
“Berço de Emprego”, que passa a abranger “todos os trabalhadores em
situação de licença parental inicial ou por adoção, independentemente do
género, através da sua substituição no respetivo emprego por
beneficiários das prestações de emprego, sendo igualmente indiferente o
género”.O
executivo açoriano decidiu também lançar o concurso público para a
empreitada de requalificação e restauro do Convento e Igreja de Nossa
Senhora da Conceição, também conhecida como Igreja do Carmo, em Ponta
Delgada, “com um valor base de um milhão de euros”."Este
investimento é consequente aos recentes achados arqueológicos no
edifício classificado e espaços contíguos, que influenciam fortemente a
estrutura arquitetónica e espacial de toda a zona conventual e
santuário", disse Berto Messias.