Governo dos Açores diz que precisa dos apartamentos da ex-rádio Naval da Horta
29 de jun. de 2023, 07:22
— Lusa/AO Online
“Com
a dinâmica da Escola do Mar dos Açores, com aquilo que vamos projetar
para setembro, em termos de formação, não podemos abrir mão daqueles
blocos de apartamentos”, afirmou o secretário regional do Mar e das
Pescas, Manuel Humberto São João, ouvido na Comissão de Política
Geral do parlamento açoriano, a propósito de uma petição que defende o
aproveitamento dos imóveis para uso particular.O
governante recordou que “há dificuldade de alojamento” na ilha do Faial
e que é necessário assegurar condições para receber professores, alunos
e técnicos que se desloquem à ilha, quer para irem para a Escola do Mar
dos Açores, quer para o futuro Tecnopolo – MARTEC, um centro de
investigação que o executivo (PSD/CDS-PP/PPM) pretende construir.“Se
queremos ter pessoal afeto à Economia Azul, temos de ter alojamento
para receber essas pessoas”, adiantou o titular da pasta do mar no
arquipélago, lembrando que “é preciso ter ali um campus habitacional de
apoio a toda esta atividade”.Manuel São
João recordou que, só no último ano letivo, passaram pela Escola do Mar
dos Açores, cerca de um milhar de alunos e que “só não existem cursos no
verão” por “falta de alojamento na época alta”.A
petição, subscrita por mais de 700 pessoas, defende que sejam
reabilitados os quatro blocos de apartamentos deixados vagos pela antiga
Estação Rádio Naval da Horta, situados próximo da Escola do Mar, para
outros fins, nomeadamente para habitação social.Paula
Decq Mota, primeira subscritora da petição, lembra que há também outras
classes profissionais na ilha que se debatem com a falta de alojamento
no Faial, como professores, médicos ou enfermeiros, sugerindo que os
apartamentos devolutos pudessem ser utilizados para ajudar a fixar
pessoas na ilha.A Estação Rádio Naval da
Horta, que chegou a albergar 86 militares da Marinha Portuguesa, e
respetivas famílias, encerrou em janeiro de 2013, devido à "modernização
das comunicações da Marinha" e à "racionalização" de custos, embora a
desativação do contingente tenha sido criticado pela população.Com
a saída da Marinha do Faial, ficam devolutos seis blocos de
apartamentos (dois foram, entretanto, recuperados e ocupados) e vários
edifícios de comunicações situados num dos locais mais privilegiados da
cidade da Horta.De acordo com um protocolo
assinado em 2009 entre o Governo dos Açores e a Marinha, os imóveis
serão cedidos pelo prazo de 30 anos à região, em troca dos terrenos que o
executivo cedeu ao Estado em São Miguel, para instalar o futuro centro
de comunicações.