Governo dos Açores diz que Orçamento dá resposta ao setor das pescas mas PS discorda
23 de mai. de 2024, 09:37
— Lusa/AO Online
“Relativamente à economia do
mar, com este Plano [e Orçamento] pretendemos dar resposta às várias
preocupações do setor, desde as questões da sustentabilidade,
monitorização, fiscalização, controlo, investigação, desenvolvimento
socioeconómico tanto nos setores mais tradicionais, como mais
emergentes”, disse Mário Rui Pinho no parlamento açoriano, no
segundo dia do debate sobre o Plano e Orçamento do Governo Regional
(PSD/CDS-PP/PPM) para 2024.Segundo o
governante, é desígnio do executivo regional “assegurar a experiência de
viver no mar dos Açores às próximas gerações, o que implica um
equilíbrio entre o esforço e as capacidades instaladas”.“O
mar, uma área de grande importância para o país e, em particular, para a
região, dada a sua vastidão, a sua multiplicidade de recursos, a sua
posição geoestratégica, o seu enorme impacto e responsabilidade
socioeconómico e que, por isso, importa potenciar, de forma
sustentável”, salientou.Para este ano, a
proposta de Plano e Orçamento da região “apresenta um valor total de
cerca de 44,2 milhões de euros, acrescido de seis milhões de euros
relativo a obras públicas em infraestruturas de pescas e na orla
costeira, num total de cerca de 50 milhões de euros”.“De
relevar nestas verbas, o estruturante e fundamental projeto do
‘cluster’ do mar dos Açores, financiado por verbas provenientes do Plano
de Recuperação e Resiliência (PRR), num investimento superior a 48
milhões de euros, repartido por dois anos, assumindo assim um papel
preponderante para a região e para os setores do mar e das pescas”,
explicou Mário Rui Pinho.Na sua
intervenção o governante referiu vários projetos, incluindo a construção
de um navio de investigação (investimento de 9,9 milhões de euros) e a
empreitada de construção do Tecnopolo – MARTEC (conclusão prevista para
dezembro de 2025).Ao nível da conservação
ambiental, o secretário Regional adiantou que o executivo implementará a
Rede das Áreas Marinhas Protegidas, com a proteção de 30% do mar
açoriano, cumprindo antecipadamente os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável das Nações Unidas para 2030. Durante
o debate, o deputado socialista Gualberto Rita admitiu que os
documentos apresentados pelo executivo açoriano para o setor do mar e
das pescas não resolvem os problemas da região.“Não
encontramos nos documentos medidas concretas que promovam a inovação, a
partilha, o desenvolvimento de redes de contactos, no fundo, não
encontramos medidas que valorizem o mar e as pescas dos Açores”, disse.Segundo
o deputado, “os documentos apresentados em novembro [de 2023], e agora
repetidos como sendo de continuidade, apesar da mudança de protagonista,
representam uma ameaça para o futuro das pescas na nossa região”.O
Plano e o Orçamento dos Açores para 2024, com um valor de 2.045,5
milhões de euros, semelhante ao apresentado em outubro de 2023 (2.036,7
milhões), começou na terça-feira a ser debatido no plenário da
Assembleia Legislativa Regional, na Horta.É
a segunda vez que o Governo regional de coligação liderado por José
Manuel Bolieiro apresenta uma proposta de Plano de Investimentos para
este ano, depois de a anterior ter sido rejeitada na Assembleia
Legislativa, em novembro, com os votos contra de PS, BE e IL e a
abstenção de Chega e PAN, o que levou o Presidente da República a
convocar eleições antecipadas.