Governo dos Açores diz que hospital de Ponta Delgada vai contratar mais quatro farmacêuticos
14 de dez. de 2023, 18:33
— Lusa
“Houve
autorização para que se procedesse à contratação de mais quatro
farmacêuticos hospitalares. Tem havido uma atenção que é necessária com o
serviço de farmácia. Não se resolve tudo de um dia para o outro, mas
também não posso aceitar as críticas de que nada foi feito ou que as
pretensões dos farmacêuticos não foram acauteladas”, afirmou, em
declarações à Lusa, a titular da pasta da Saúde nos Açores, Mónica
Seidi.Segundo a delegada regional nos
Açores da Ordem dos Farmacêuticos, Juliana Matos, todos os farmacêuticos
em exercício de funções no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em
Ponta Delgada, apresentaram escusa de responsabilidade, alegando “falta
de recursos humanos que põem em causa a sua atividade diária”.Os
profissionais alertaram ainda para “carências e falta de intervenções
nos recursos físicos existentes e a degradação dos que [o HDES] já tem, e
que condicionam o bom exercício farmacêutico”.Questionada
pela Lusa, a secretária regional da Saúde confirmou ter recebido um
ofício na terça-feira sobre esta situação, mas disse ter ficado
“surpreendida” por não ter havido um “contacto prévio com a tutela”.“Tem
sido apanágio da Secretaria um diálogo aberto e constante com todas as
ordens e sindicatos de outras classes profissionais deste setor.
Infelizmente, com a Ordem dos Farmacêuticos não foi esse o
entendimento”, apontou.Mónica Seidi disse
que se reuniu “no imediato” com o conselho de administração do hospital e
que pretende dirigir-se, na sexta-feira, a Ponta Delgada para se
“reunir com todo o serviço de farmácia e com o conselho de administração
para encontrar soluções”.A governante
admitiu a necessidade de obras no hospital, mas alegou que a situação
resulta de um “abandono total” do governo anterior, que não acautelou a
manutenção do edifício.“No ano passado,
houve uma pequena obra no serviço de farmácia. Neste momento, estão a
decorrer obras para ampliação de salas de ambulatório, que servirão o
apoio que é dado pelo serviço de farmácia ao ambulatório. Reconheço que
há outras necessidades que têm de ser acauteladas, mas não conseguimos
fazer tudo ao mesmo tempo, nem de um dia para o outro”, frisou.Quanto
à “câmara de preparação de medicamentos em específico para uma
determinada área de atuação médica”, Mónica Seidi adiantou que a
situação “já foi identificada” e que o hospital aguarda por um projeto
de uma empresa especializada para “alterar as condições e garantir a
segurança de quem lá trabalha e dos medicamentos que são lá preparados”.Em
resposta à Ordem dos Farmacêuticos, o conselho de administração do
hospital revelou que no dia 29 de novembro foi deliberada “a abertura de
um procedimento concursal para quatro vagas para a carreira e categoria
de farmacêutico, estando em curso os trâmites necessários”.“Durante
o presente ano, não existiu a necessidade de prestação de horas
extraordinárias pelos farmacêuticos”, acrescentou o HDES, na carta, a
que a Lusa teve acesso.Quanto aos recursos
materiais, o hospital alegou que “todos os equipamentos solicitados
foram adquiridos” e que “as obras pretendidas pelos serviços
farmacêuticos estão em curso”.Acrescentou ainda
que as obras para a preparação de manipulados estéreis não citotóxicos
estão “em avaliação” pelo conselho de administração, que “aguarda os
esclarecimentos solicitados ao respetivo serviço”.