Governo dos Açores diz que está a combater inflação desde janeiro com baixa de impostos
Crise/Inflação
7 de set. de 2022, 11:20
— Lusa/AO Online
“O Governo
Regional está a combater a inflação desde janeiro, com a baixa de
impostos. Vamos acompanhar a evolução da situação. Se for necessário
fazer outro tipo de intervenção, faremos”, observou Duarte Freitas, em
declarações aos jornalistas à margem do plenário da Assembleia
Legislativa Regional, na Horta, quando questionado sobre se o Governo
dos Açores pondera reforçar as medidas anunciadas na segunda-feira pela
República para mitigar a inflação.Duarte
Freitas disse que a região “acolhe muito favoravelmente as medidas da
República, quase todas com aplicação” nos Açores, revelando que também
no arquipélago “os transportes coletivos não vão aumentar” e lembrando
que o ISP (Imposto sobre Produtos Petrolíferos) já foi alvo de descidas.Por
outro lado, o governo está a negociar com os sindicatos “um aumento da
remuneração complementar dos trabalhadores regionais da administração
pública”, que se deverá aplicar com “efeitos retroativos a 01 de julho
de 2022”.Para o dia 20 de setembro está prevista uma nova reunião com os sindicatos tendo em vista ultimar este apoio, indicou.O secretário regional assinalou que, em agosto, já foram pagas as contribuições sociais “dos que menos recebem”.Duarte
Freitas referia-se a medidas aprovadas no Conselho do Governo de julho,
para o aumento de 10 euros do valor do Complemento para a Aquisição de
Medicamentos pelos idosos (COMPAMID), o aumento de 10 euros do
Complemento Açoriano ao Abono de Família para crianças e jovens e o
apoio de 20 euros às famílias beneficiárias da tarifa social de
eletricidade criada pela República. “Tudo
isto vem acrescer a uma baixa de impostos incrível”, vincou,
referindo-se às descidas nas taxas do IRS (Imposto sobre o Rendimento
Singular), do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) e do IRC
(Impostos sobre o Rendimento Coletivo), em vigor desde janeiro.O
secretário regional criticou Vasco Cordeiro, anterior presidente do
Governo dos Açores e atual deputado regional do PS, que “anunciou o caos
por via do desagravamento fiscal” e foi o “maior arrecadador de
impostos”.“É incrível que quem sempre foi
contra a diminuição de impostos tenha agora boca de abrir para dizer que
estamos a arrecadar mais”, afirmou.Duarte
Freitas lamentou a “desfaçatez de Vasco Cordeiro”, que na terça-feira
defendeu que o Governo Regional deve complementar as medidas da
República para mitigar a inflação, devolvendo às famílias os cerca de 50
milhões de euros que, apenas com o IVA, vai este ano “arrecadar a
mais”.“O Governo Regional já está a atuar com medidas de mitigação da inflação dos que menos recebem”, frisou o secretário regional.O
Governo dos Açores anunciou em julho que ia aumentar os apoios à compra
de medicamentos, ao abono de família e à tarifa social de eletricidade,
disponibilizando um milhão de euros mensais para “mitigar o efeito da
inflação”, de acordo com declarações do vice-presidente do executivo nas
Velas, ilha de São Jorge.O Governo
liderado por António Costa anunciou na segunda-feira um pacote de
medidas de apoio às famílias, que ascende a 2,4 mil milhões de euros,
tendo em vista a mitigação dos efeitos da inflação e do aumento dos
custos energéticos.As medidas incluem a
redução do IVA no fornecimento de eletricidade dos atuais 13% para os 6%
até dezembro de 2023, o prolongamento da vigência até ao final do ano
da suspensão do aumento da taxa de carbono, da devolução aos cidadãos da
receita adicional de IVA e da redução do ISP.Será
também atribuído um pagamento extraordinário no valor de 125 euros a
cada cidadão não pensionista com rendimento até 2.700 euros brutos
mensais. A todas as famílias, independentemente do rendimento, será
feito um pagamento extraordinário de 50 euros por cada descendente até
aos 24 anos que tenham a cargo.Os
pensionistas vão receber 14 meses e meio de pensões, em vez dos
habituais 14 meses, sendo a meia pensão extra paga em outubro.Foram
igualmente anunciados aumentos das pensões, em 2023, de 4,43% para
pensões até 886 euros, de 4,07% para pensões entre 886 e 2.659 euros, e
de 3,53% para as outras pensões sujeitas a atualização.