Governo dos Açores diz que contratação para novo Plano Regional de Saúde foi "transparente"
11 de jan. de 2023, 18:12
— Lusa/AO Online
“É um
processo transparente, que consta das plataformas de transparência
relativas à contratação pública, sem qualquer tipo de condição
específica que levasse a que fosse aquela pessoa”, afirmou o titular das
pastas da Saúde e Desporto nos Açores, Clélio Meneses, em declarações
aos jornalistas à margem de uma visita à Escola Básica Integrada
Francisco Ferreira Drummond, na ilha Terceira.O
BE/Açores pediu explicações ao Governo Regional sobre um contrato,
no valor de 198 mil euros, destinado a serviços de assessoria com a
empresa Atlimeds, que tem um "único trabalhador".“O
contrato, assinado em dezembro de 2022, equivale a um rendimento mensal
de 5.500 euros durante três anos, podendo constituir uma forma de
contornar as regras e os limites que a lei impõe às nomeações para os
gabinetes dos membros do Governo Regional”, lê-se na nota do BE, que
enviou um requerimento sobre o assunto ao parlamento dos Açores.Questionado
sobre o assunto, o secretário regional da Saúde disse que o valor em
causa se refere a um contrato público para consultoria e apoio na
construção do Plano Regional de Saúde e do projeto do Hospital Digital
dos Açores.“Qualquer consultoria em
qualquer área tem custos acrescidos. Foi o valor que foi entendido
lançar o concurso público. Qualquer entidade que demonstrasse idoneidade
para o efeito poderia concorrer”, salientou.Clélio
Meneses lembrou que o técnico já prestava consultoria à direção
regional da Saúde desde 2015, altura em que o PS governava a região,
rejeitando qualquer favorecimento.“Não tem
qualquer problema, não há qualquer tipo de ligação pessoal a quem quer
que seja. Estamos a falar de um técnico que até colaborava com o governo
anterior. A empresa que é dele colabora com este governo. Não há
qualquer discriminação nem positiva, nem negativa”, adiantou.O
governante admitiu que houve um ajuste direto para “a consultoria que
era feita no âmbito da contratualização das unidades de saúde, que vem
desde 2015”, mas ressalvou que relativamente ao Plano Regional de Saúde
"foi aberto um concurso público".“No
âmbito do conhecimento que demonstra, da sua experiência profissional,
da sua capacidade científica, um doutorando, do conhecimento da
realidade regional, entendemos que era importante manter essa
colaboração”, justificou.Segundo Clélio
Meneses, o anterior Plano Regional de Saúde terminou em 2020, “houve
reuniões por parte do governo anterior, em 2019, para construir um novo
plano”, mas “não fizeram nada”.“O que nos
preocupa a nós é trabalhar para resolver o problema. Já percebemos que
alguns, de cada vez que se antecipa ou se antevê alguma solução, tentam
encontrar algo que ensombre o sucesso. Não estamos preocupados com isso,
caminhando, trabalhando e resolvendo, criando um Plano Regional de
Saúde para a região, para uma década, de uma forma estrutural,
estratégica e tentando recuperar o tempo perdido”, afirmou.