Governo dos Açores diz que cais do porto de Ponta Delgada está operacional desde julho
19 de set. de 2022, 19:33
— Lusa/AO Online
Numa nota à
imprensa divulgada no portal oficial do executivo de coligação
PSD/CDS-PP/PPM, a Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e
Infraestruturas indica que “o deputado Vasco Cordeiro [líder do
PS/Açores e ex-presidente do Governo Regional] dever-se-ia ter informado
melhor sobre a obra realizada no porto de Ponta Delgada, de modo a
perceber que, desde 29 de julho de 2022, o cais -10 está operacional a
100%, após as obras de ampliação”. “Desde
aquela data que se garante a operação de três navios em simultâneo e que
o cais -10 está em pleno funcionamento – atracação, terrapleno e
estiva. Este era o objetivo de antecipação da obra para setembro, que
foi plenamente cumprido a 29 de julho”, assinala a Secretaria Regional.Para a Secretaria Regional, “as declarações do deputado Vasco Cordeiro são manifestamente precipitadas”.O
líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, criticou o Governo Regional
devido aos atrasos nas obras no porto comercial das Lajes das Flores,
destruído pelo Furacão Lorenzo, em 2019, e no porto de Ponta Delgada, em
São Miguel.Em declarações à imprensa no
porto de Ponta Delgada, o presidente dos socialistas açorianos referiu
que “o governo anunciou este ano que a obra ficaria pronta em setembro” e
“afinal não é assim”, existindo “ainda muitos trabalhos a desenvolver,
nomeadamente no que tem a ver com as redes técnicas que são essenciais
para a operação”.A Secretaria Regional
refere que “as redes técnicas a que o deputado alude representam apenas a
substituição do posto de transformação, que em nada interfere com a
operação que tem vindo a ser feita desde 29 de julho”.Quanto
ao porto das Lajes das Flores, o Governo Regional diz ter como
prioridade “a retoma da operacionalidade para o abastecimento à ilha,
plasmada na construção da ponte-cais para reativação da operação normal
dos navios de abastecimento de cabotagem insular”. “Está
previsto que esta ponte-cais esteja em pleno funcionamento no próximo
dia 14 de outubro de 2022, o que significa que a população das Flores
ficará plenamente abastecida nas condições anteriores à catástrofe a
partir daquela data”, destaca.O executivo
açoriano refere ainda que, “antes de falar em atrasos de dois anos no
Porto das Lajes das Flores, Vasco Cordeiro deveria ter em conta que a
obra foi consignada pelo anterior governo três anos depois da Resolução
do Conselho do Governo que a autorizava”. “Esta obra apenas foi consignada em 2020 quando aquela Resolução do Conselho do Governo data de 2017”, critica.Sobre
as verbas relacionadas com o Furacão Lorenzo, a Secretaria Regional
destaca que “ninguém melhor do que o deputado Vasco Cordeiro pode
exortar o primeiro-ministro a cumprir a palavra dada de financiar 85% do
total dos encargos com a recuperação integral dos estragos causados
pelo furacão”.Vasco Cordeiro acusou o Governo dos Açores de ter cometido um “erro” que custou 70 milhões de euros à região.“Por
um erro do Governo Regional a região perde das verbas que haviam sido
disponibilizadas pelo Governo da República [devido ao furacão Lorenzo]
cerca de 70 milhões de euros. Isso deve-se a um erro do Governo Regional
e sobre esta matéria nunca se mais ouviu falar de nada”, condenou.Em
setembro de 2021, o presidente do Governo dos Açores, José Manuel
Bolieiro, revelou que escreveu ao primeiro-ministro para que o Governo
da República reconheça em 313,3 milhões de euros a totalidade dos
prejuízos do furacão Lorenzo, aumentando a sua comparticipação.Em
causa estava um despacho do gabinete do primeiro-ministro, publicado em
08 de setembro, que estipula o pagamento de 85% dos apoios “necessários
à cobertura de danos e prejuízos” causados pelo furacão, “até ao limite
máximo de 198 milhões de euros”, quando antes se tinha comprometido a
suportar 85% dos danos.O furacão Lorenzo
provocou rajadas de vento que ascenderam aos 163 quilómetros/hora, de
acordo com os registos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera.Na
madrugada de 02 de outubro de 2019, a Proteção Civil dos Açores
registou 255 ocorrências, sobretudo nas ilhas dos grupos central e
ocidental. Tiveram de ser realojadas 53 pessoas, 44 das quais na ilha do
Faial.