Governo dos Açores diz que amarração de cabos submarinos a duas ilhas "aumenta resiliência"
22 de fev. de 2023, 19:48
— Lusa
“A
descentralização em comunicações é uma boa prática. Ter duas ilhas dos
Açores «amarradas» a uma estrutura única e nova em anel aumenta a
resiliência e redundância da ligação dos Açores ao resto do mundo.
Tratando-se de uma única infraestrutura de novos cabos submarinos de
fibra ótica, numa topologia redundante de anel, os Açores não perdem a
ligação direta a Lisboa, pelo contrário reforçam-na”, escreve o
executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM.A
resposta a um requerimento do Chega/Açores, consultada pela Lusa, é alvo
de um comunicado daquele partido, no qual o deputado regional José
Pacheco diz esperar “que a amarração em duas ilhas venha, efetivamente,
reforçar a ligação dos Açores com o continente e a Madeira e não
prejudique a competitividade de São Miguel, que é a ilha que mais
contribui para o PIB regional e onde se concentra mais de metade da
população dos Açores”.“Descentralizar a
amarração dos cabos submarinos que ligam os Açores ao continente e à
Madeira foi uma das recomendações do grupo de trabalho constituído para
aconselhar o Governo da República quanto à melhor opção para a
substituição do Anel CAM (Continente – Açores – Madeira)”, observa o
parlamentar, tendo por base a resposta hoje apresentada pelo executivo. José
Pacheco acrescenta que o Governo Regional “desconhece ainda a
totalidade do detalhe técnico da solução” que servirá para substituir o
atual Anel CAM - cuja responsabilidade é do Estado português – mas
garante que “ter duas ilhas amarradas a uma estrutura única e nova em
anel, aumenta a resiliência e redundância da ligação dos Açores ao resto
do mundo”. “Perante o anúncio recente do
executivo que o novo Anel CAM deverá amarrar duas ilhas – São Miguel e
Terceira – em vez de se concentrar, como até agora, apenas em São
Miguel, o Chega quis saber qual a justificação do executivo para tal
medida”, recorda o deputado. Na resposta, o
Governo explica que uma das recomendações de “dezenas de especialistas e
peritos” foi que o novo Anel CAM incluísse a amarração em duas ilhas
distintas do arquipélago, descreve o deputado. O
Governo Regional reforça que não conhece em detalhe e pormenor a
solução técnica proposta, esclarecendo “que São Miguel não ficará
prejudicada com esta decisão”, indica o Chega. “Os
impactos da nova infraestrutura, os seus benefícios e o acréscimo de
capacidade e redundância serão muito relevantes para todas as ilhas da
nossa região, sem quaisquer efeitos negativos em termos económicos e de
competitividade que daí possam advir para a ilha de São Miguel”, refere o
executivo na resposta ao requerimento. Sobre
a operacionalidade do sistema a partir de 2024, “altura do fim de vida
do atual anel”, o Governo Regional diz que a informação de que dispõe “é
aquela que foi transmitida pelo presidente da Autoridade Nacional de
Comunicações (ANACOM)”, em 23 de Janeiro, na Comissão Parlamentar de
Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, na Assembleia da
República. “Ou seja, que a Altice Portugal
terá confirmado estar em condições de manter as operações atuais dos
cabos submarinos até 2028, garantindo a empresa as ligações dos cabos
até os novos estarem concluídos”, refere o executivo.