Governo dos Açores destaca património cultural como produto central no turismo
13 de out. de 2023, 11:24
— Lusa/AO Online
“Este é o momento certo e Angra
do Heroísmo é o palco adequado para juntarmos o património cultural à
estratégia de valorização do nosso destino turístico e colocar mais esta
dimensão ao serviço do desenvolvimento turístico”, adiantou a
secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta
Cabral.A governante falava na sessão de
abertura da AR&PA – Bienal Ibérica de Património Cultural, que junta
cerca de 200 participantes em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.Segundo
Berta Cabral, o anterior plano de turismo “não dava o ênfase necessário
a esta dimensão”, mas o atual executivo considera o património cultural
uma “componente essencial” da estratégia para o turismo.“A
ilha Terceira é um dos expoentes máximos da riqueza e da diversidade
cultural da nossa região, não tivesse sido a capital do reino, e é
também o nosso território que melhor conjunta a natureza, terra e mar
com a natureza humana, entendida como identidade, singularidade,
cultura, tradições e heranças culturais”, apontou.Até
domingo, a Spira, organizadora da bienal, convida a população a visitar
os bastidores do património no Centro Interpretativo de Angra do
Heroísmo, com atividades gratuitas como conferências e mesas redondas,
roteiros pela cidade, 'peddypapers', uma corrida do património,
atividades de educação patrimonial e atividades de artes e ofícios.“Queremos
que o cidadão comum perceba que o património cultural é uma coisa
divertida, que pode ser utilizada no dia a dia, mas também é uma área de
trabalho com enorme espaço de desenvolvimento futuro”, salientou a
diretora geral da Spira, Catarina Valença Gonçalves.Foram
também criadas mecânicas de ações com agentes locais como um ‘escape
room’ numa casa fechada e um ‘murder mystery’ no Museu de Angra do
Heroísmo, que estão lotadas, mas que a organizadora espera que sejam
retomadas depois da bienal.“Sendo Angra,
não só uma cidade património da Humanidade, mas efetivamente em termos
de números tão rica em património cultural, espero que tenhamos deixado
claro como há aqui um ativo do ponto de vista de equipamentos tão
formidável para ser explorado no futuro”, sublinhou.Com o tema “Património e Tecnologia”, a bienal lançou um concurso na rede social Instragram para atrair os mais jovens."Nós
concorremos com o futebol, com o shopping, com a praia, com o não fazer
nada, com as redes sociais, temos de ter mecânicas divertidas de
concurso, de emoção, não pode ser primeiramente a dimensão intelectual.
Procuramos inverter essa ordem: primeiro ser entusiasmante, divertido e o
conhecimento vir diluído no meio dessa experiência. E no final toda a
gente quer saber mais", explicou Catarina Valença Gonçalves.O
autarca de Angra do Heroísmo, cidade anfitriã do evento, que celebra 40
anos de Património Mundial da UNESCO, referiu que em três anos o
município investiu cerca de 6 milhões de euros a recuperação de
património.“Ser património não significa
musealizar as coisas, nem significa imobilismo. Se queremos ter uma
cidade bem conservada, ela necessariamente tem de ter atividade
económica e necessariamente tem de dar respostas às pessoas, às empresas
e quem nela quer viver e ter a sua atividade. Sem isso, o património
entra em degradação e perde-se”, defendeu Álamo Meneses.Já
a secretária regional da Educação e Assuntos Culturais, Sofia Ribeiro,
destacou o reforço de 30% na área da cultura no Orçamento da Região para
2024 e a criação de linhas de desenvolvimento da tecnologia no valor de
350 mil euros.“Espelha bem a nova
alavancagem que queremos dar à cultura, não somente em termos de reforço
orçamental, mas também com uma dinâmica para tornarmos os nossos
serviços muito mais acessíveis, muito mais interativos”, frisou.