Governo dos Açores defende simplificação do reembolso do subsídio social de mobilidade
23 de jun. de 2022, 08:27
— Lusa/AO online
"Deve-se continuar a pugnar por um sistema mais simplificado no reembolso do subsídio", afirmou Berta Cabral.
A secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas defendeu
que "é fundamental criar um novo grupo de trabalho ou retomar o
anterior para analisar todas as situações com o objetivo de se alcançar
uma solução de compromisso que seja aplicável, que seja boa para os
Açores e para os açorianos e que não onere o orçamento regional".A
governante, do executivo açoriano de coligação PSD/CDS-PP/PPM, foi
ouvida hoje na Comissão Especializada Permanente de Economia da
Assembleia Legislativa dos Açores, no âmbito de três diplomas
apresentados por Chega, Bloco de Esquerda (BE) e pelo deputado
independente Carlos Furtado (ex-Chega).O
projeto de resolução do Chega recomenda ao Governo Regional "a
intervenção da República pelo fim da burocracia no subsídio social de
mobilidade nos Açores".Já
a anteproposta de lei apresentada pelo BE visa “simplificar e prevenir
eventuais fraudes na atribuição do subsídio atribuído a residentes nas
Regiões Autónomas".Quanto
à anteproposta de lei do deputado independente, “estabelece a
uniformização e descentralização do subsídio social de mobilidade das
Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira”."Reiteramos
que é muito oneroso para os residentes, e em particular para as
famílias, custear a totalidade dos bilhetes no momento de aquisição",
salientou aos deputados.Berta
Cabral assegurou que o Governo Regional “está disponível para
acompanhar todas as soluções que sejam propostas” para que se alcance um
“compromisso que não penalize os Açores”.Segundo
a governante, o grupo de trabalho, com representação da Assembleia
Regional, “tem de estar muito alinhado com os Governos Regionais dos
Açores e da Madeira” e com os parlamentos de ambas as regiões.Berta
Cabral referiu que devem ser encontradas soluções “exequíveis”,
assinalando que o atual modelo "bem ou mal tem funcionado".A governante assinalou que "há linhas vermelhas" que não podem ser ultrapassadas nesta discussão.Desde
logo, "não aumentar" o valor de 134 euros que pagam os residentes em
deslocações aéreas ao continente, "garantir o número de companhias que
voam para a região".E
o modelo que for encontrado "não pode onerar o orçamento regional",
pois "já houve compromissos do Governo da República que ficaram pelo
caminho", acrescentou.A
governante lembrou que "é um compromisso da Assembleia da República e é
um dever do Estado Português assegurar a continuidade territorial"."Essas
são as nossas linhas vermelhas. A partir daí tudo o que vier é bom, mas
tudo o que vier pior nós não podemos permitir", vincou.O
deputado independente Carlos Furtado considerou que "a Assembleia
Regional e os seus 57 deputados têm capacidade de análise de propostas" e
de "constituírem-se como um grupo de trabalho" para uma medida final
que "possa resolver os constrangimentos" dos passageiros que "têm de
avançar com quantias avultadas". No entender do parlamentar, "o problema dos açorianos não tem de ser sempre resolvido na República"."Não
pode é o Governo Regional dizer ai Jesus se não nos pagam o
correspondente ao subsídio. Se é para isso que precisamos de um Governo
só para reclamar. Se é para isso que precisamos de uma Assembleia
Regional só para reclamar, eu não sei se os açorianos estão dispostos a
pagar esse preço, porque precisam também da nossa responsabilidade",
sustentou.O
deputado António Lima, do Bloco de Esquerda (BE), justificou que a
proposta do partido surge “pela ausência de concretização de medidas"
que permitam "uma simplificação e uma desburocratização do subsídio".António
Lima sustentou que o anterior grupo de trabalho não produziu
"resultados" para alterar o modelo, considerando que "é necessária uma
intervenção" do parlamento dos Açores."A
nossa proposta faz com que o pagamento do subsídio deixe de ser feito
ao passageiro, mas que seja feito por intermédio da companhia aérea, que
na sequência disso só cobrará o valor máximo de 134 euros no caso de
viagens de residentes" nos Açores de e para o continente, explicou.O
deputado do Chega, José Pacheco, afirmou que o subsídio “é um bom
instrumento”, considerando que “não há razão nenhuma para haver
complexidade” no processo.No
entanto, alertou que “quando se passam responsabilidades para a região o
mais certo é ser a República a livrar-se de algum encargo e a região
acaba por ficar com mais um”.