Governo dos Açores dá terreno ao Estado para nova prisão da ilha de São Miguel
13 de out. de 2017, 08:15
— Lusa/AO Online
Segundo uma nota de
imprensa do executivo açoriano, “o Conselho do Governo aprovou uma
resolução que cede ao Estado, a título gratuito e definitivo, um terreno
localizado na Mata das Feiticeiras, no concelho da Lagoa, com vista à
construção do novo estabelecimento prisional da ilha de São Miguel”.Esta
resolução foi aprovada no Conselho do Governo que se reuniu na
terça-feira, na ilha de São Jorge, mas não constava no comunicado
distribuído à comunicação social com as respetivas deliberações.O
terreno em causa “foi identificado como reunindo todas as condições
para a construção do novo estabelecimento prisional, na sequência dos
trabalhos desenvolvidos” pelos executivos regional e nacional sobre este
processo.No início de abril, a ministra da Justiça, Francisca
Van Dunem, afirmou que as atuais instalações da cadeia de Ponta Delgada
não são adequadas e avançou que iria ser feita uma intervenção ao nível
das camaratas, dado que a construção da nova prisão só vai estar
concluída dentro de cinco anos.Em agosto, o provedor de Justiça
alertou para a “grave situação de sobrelotação” da cadeia de Ponta
Delgada, considerando que, no limite, é “a vida dos reclusos que pode
estar em causa”.Um comunicado de imprensa sobre o relatório da
visita ao estabelecimento prisional que o provedor de Justiça, José de
Faria Costa, realizou a 04 de maio destacou, por outro lado, que “a
separação de reclusos não se encontra assegurada”, com a junção de
“recentes e os mais antigos, jovens e mais velhos, preventivos e
condenados, primários e reincidentes”.O comunicado apontou ainda
que naquela prisão açoriana não existem “zonas mais privadas para a
realização da higiene”, a alimentação é de “insuficiente quantidade e
menos boa qualidade” e, no caso do corpo da guarda prisional, “são
apontadas dificuldades na progressão na carreira e a carência de
efetivos”.No relatório da visita à cadeia, no âmbito do projeto
“O Provedor de Justiça, as prisões e o século XXI: diário de algumas
visitas”, José de Faria Costa escreve que a sobrelotação do
estabelecimento, que já tinha identificado, é, desde o primeiro momento,
“referida como o principal problema da instituição, que, com lotação
para 110 pessoas”, alojava à data da visita 196 reclusos.