Governo dos Açores cria plataforma para agilizar acesso a consultas
12 de nov. de 2024, 09:50
— Lusa/AO Online
“Vamos
garantir que o processo, do ponto de vista da utilização da plataforma,
seja mais célere, mais eficaz, dê uma melhor resposta ao doente e que
haja aqui uma melhoria dos cuidados de saúde, para que o próprio doente
possa ter acesso à informação”, afirmou, em declarações aos jornalistas,
a secretária regional da Saúde e Segurança Social, Mónica
Seidi.A governante falava, em Angra do
Heroísmo, à margem da apresentação do Sistema Integrado de Referenciação
e de Gestão do Acesso à Primeira Consulta de Especialidade Hospitalar,
que vai arrancar, numa fase inicial, no Hospital de Santo Espírito da
Ilha Terceira.O sistema, que garante
interoperabilidade entre as diferentes entidades, vai permitir que haja
uma lista de espera única nos Açores para consultas de especialidade.Até
agora os pedidos eram feitos em papel, o que atrasava o processo,
devido ao percurso de entrega dos documentos e à demora no
esclarecimento de dúvidas na fase da triagem.“Muitas
vezes é necessário voltar a pedir informação à entidade de origem para
que se consiga caracterizar melhor a solução clínica que temos entre
mãos”, explicou Mónica Seidi.Com esta
plataforma, “com um simples clique o utente entra no circuito” e todas
as noites é feita “a atualização da posição do utente na lista de
espera”.Segundo a titular da pasta da
Saúde, está prevista “uma rastreabilidade e um processo de auditoria
mais eficaz e eficiente” das listas de espera de consultas hospitalares e
serão emitidos relatórios com os dados atualizados, à semelhança do que
já acontece na área cirúrgica.“Nos casos
em que os tempos máximos de resposta garantidos sejam ultrapassados, o
Serviço Regional de Saúde terá de encontrar mecanismos para dar resposta
ao utente”, salientou.Foi publicada
uma portaria que define novos tempos máximos de resposta garantidos nos
Açores, para “aproximar o Serviço Regional de Saúde daquilo que é feito
ao nível do Serviço Nacional de Saúde” e para introduzir “novos
critérios, do ponto de vista dos doentes oncológicos e no caso da
insuficiência cardíaca, numa perspetiva de melhoria”, revelou Mónica
Seidi.No caso das consultas de
especialidade hospitalar, referenciadas pelas unidades de saúde, o tempo
máximo de resposta garantido não deve ultrapassar os 30 dias se a
situação for muito prioritária, 60 dias se for prioritária ou 150 dias
se for normal.Em situação de doença
oncológica suspeita ou confirmada, a primeira consulta de especialidade
hospitalar deve ocorrer no máximo dentro de 30 dias, se a prioridade for
considerada normal, e em situação de doença cardíaca suspeita ou
confirmada, a primeira consulta de cardiologia não deve demorar mais de
30 dias em doentes eletivos (nível 1).Numa
fase inicial, a plataforma vai funcionar apenas com as unidades de
saúde das ilhas Terceira e Graciosa e o Hospital da Ilha Terceira, mas o
objetivo é, até ao primeiro trimestre de 2025, abranger todos os
sistemas do Serviço Regional de Saúde.O
sistema está integrado no projeto do Hospital Digital dos Açores, orçado
em 30 milhões de euros e financiado na íntegra pelo Plano de
Recuperação e Resiliência (PRR).No início
de dezembro, o executivo açoriano pretende lançar também a versão
inicial do portal e da aplicação do utente, num projeto-piloto que
deverá envolver cerca de 1.000 utentes na ilha de São Miguel.O
portal deverá estar disponível a todos os utentes no primeiro trimestre
de 2025 e até ao final desse ano a meta do executivo, para aceder ao
PRR, é contabilizar 25 mil acessos.