Governo dos Açores cria medidas de apoio adicionais para empresas
Covid-19
19 de mar. de 2020, 16:55
— Lusa/AO Online
“As
medidas regionais que reforçam estes mecanismos de apoio visam
incentivar o esforço de manutenção da atividade económica, com o
objetivo claro de estimular, incentivar e apoiar de forma decisiva a
manutenção do emprego na região”, afirmou o vice-presidente do executivo
açoriano, Sérgio Ávila, em conferência de imprensa, em Angra do
Heroísmo.Os apoios às empresas anunciados a
nível nacional têm aplicação direta no arquipélago, mas o executivo
açoriano lançou outras sete medidas complementares.As
empresas que recorram a linhas de crédito, devido à redução substancial
das suas vendas, terão acesso na região a uma linha de apoio à
manutenção do emprego, para fazer face ao reembolso desse financiamento.“O
Governo dos Açores irá comparticipar as empresas açorianas que
beneficiem das linhas de crédito criadas, com um apoio adicional a fundo
perdido”, avançou Sérgio Ávila.Esse apoio
será equivalente a 5,2 salários mínimos por cada trabalhador, no caso
das empresas com menos de 10 trabalhadores; a 3,6 salários mínimos por
cada trabalhador, nas pequenas e médias empresas; e a 2,4 salários
mínimos por cada trabalhador nas grandes empresas, sendo ainda acrescido
“do valor correspondente aos encargos com Segurança Social da entidade
patronal”.“Este apoio não reembolsável
será atribuído a todas as empresas que mantenham até ao fim deste ano o
nível de emprego que tiveram, em média, nos últimos três meses e que
estejam enquadradas nas atividades económicas elegíveis no âmbito das
linhas de crédito de apoio à tesouraria criadas e que beneficiem dessas
linhas de crédito”, frisou o vice-presidente do Governo Regional.O
executivo açoriano criou também um apoio urgente à tesouraria, para
permitir que as empresas dos setores mais afetados pela redução abrupta
de vendas tenham liquidez para pagar os salários no mês de abril, antes
da operacionalização das linhas de crédito criadas.Esse apoio, “sob a forma de adiantamento reembolsável”, corresponderá a “90% do salário mínimo por cada trabalhador”.As
empresas que não beneficiem de linhas de crédito nacionais, mas
mantiverem o seu nível de emprego até ao final do ano, poderão ver este
adiantamento “transformado em apoio não reembolsável”.Neste caso, são abrangidos os setores do comércio, do turismo, da hotelaria e da restauração, entre outros.É
criado também um complemento regional ao regime de ‘layoff’
simplificado (suspensão temporária da atividade) existente a nível
nacional, em que o executivo açoriano atribuiu um subsídio adicional,
que poderá ser a fundo perdido, se a empresa mantiver o seu nível de
emprego até ao final do ano.No primeiro
mês, esse apoio corresponderá à totalidade da percentagem da
responsabilidade das empresas, tendo como referência o salário mínimo
regional, reduzindo no segundo mês para 83% e no terceiro para 66%.O
executivo açoriano vai ainda adiar para o próximo ano o "pagamento dos
reembolsos dos sistemas de incentivos ao investimento" que teriam de ser
pagos em 2020 e "prorrogar os prazos de reembolsos pelas empresas do
Programa de Valorização do Emprego".Por
outro lado, serão antecipados "os períodos contratuais de concretização
dos subsídios às empresas, no âmbito das medidas de apoio à contratação
que estavam em vigor”.O Governo Regional
vai criar também um programa de colocação extraordinária de
trabalhadores, para apoiar as empresas "através da substituição de
trabalhadores em situação de quarentena, isolamento profilático, apoio a
filhos menores e baixa da Covid-19".Questionado
sobre o impacto financeiro destas medidas, Sérgio Ávila admitiu que vão
implicar um “enorme esforço orçamental por parte da região”, mas não
revelou montantes, alegando que “as questões orçamentais serão colocadas
no seu devido tempo”.“Nós estamos numa
fase em que devemos dar relevo às medidas e não ao seu orçamento. É uma
questão que virá a seguir. Evidentemente que estas medidas estão todas
quantificadas, mas não é relevante nesta fase”, apontou.A
Rede de Apoio Integrado ao Cidadão (RIAC) dos Açores terá, a partir de
sexta-feira, uma linha telefónica (800 500 501) para esclarecer dúvidas
sobre estas ajudas às empresas.