Governo dos Açores contra limite de custo elegível das passagens no subsídio de mobilidade
26 de set. de 2024, 11:25
— Lusa/AO Online
“Reconhecendo a necessidade de
moralizar a utilização do subsídio social de mobilidade – alvo de abusos
por parte de alguns -, o Governo dos Açores reitera que é contra a
aplicação de um custo elegível máximo nas referidas viagens, e lamenta a
publicação da portaria num momento em que o grupo de trabalho sobre o
tema ainda não finalizou o relatório”, refere o executivo açoriano
(PSD/CDS/PPM), em comunicado de imprensa.Segundo
uma portaria, publicada em Diário da República, o valor do
subsídio social de mobilidade a atribuir pelo Estado aos residentes,
residentes equiparados e estudantes nas viagens entre os Açores e o
continente e a Madeira "tem um custo elegível máximo de 600 euros”.Em
comunicado de imprensa, executivo açoriano salienta que “é frontalmente
contra a definição de um custo elegível máximo nas viagens aéreas entre
a região e o continente e a região e a Madeira”.O
Governo Regional lamenta ainda que a portaria tenha sido publicada sem
que existam “conclusões do grupo de trabalho criado para rever matérias
referentes ao subsídio social de mobilidade, cujo relatório final
deveria ser entregue até final do mês”.Criado
em julho, o grupo de trabalho, presidido pela Autoridade Nacional da
Aviação Civil (ANAC), devia “concluir os seus trabalhos até 15 de
setembro de 2024, com a entrega ao Governo de um relatório final”, do
qual deveriam constar “as recomendações relativas ao modelo de subsídio
social de mobilidade”.No entanto, na
terça-feira, Ministério das Infraestruturas e Habitação revelou que já
tinha recebido “uma versão de trabalho do relatório”, mas que o grupo
contava “até ao final do mês, incorporar os últimos contributos
recebidos por entidades externas”, para posteriormente entregar uma
versão final.A portaria publicada,
que entra em vigor na sexta-feira, estabelece ainda um valor máximo para
a taxa de emissão de bilhete, para efeitos de elegibilidade, "de 35
euros, para os bilhetes de ida (OW), e de 70 euros, para os bilhetes de
ida e volta (RT)”.O Governo da República
justifica as alterações, alegando que a metodologia de apuramento do
subsídio social de mobilidade “tem-se revelado inadequada, originando o
encarecimento do custo elegível médio”, e que “é crucial proceder à
revisão do atual modelo, também no que diz respeito ao controlo de
fraude”.A portaria refere que “foram ouvidos os órgãos do governo próprio da Região Autónoma dos Açores”.