Governo dos Açores considera “absolutamente falso” que tenha dívidas de 30 ME à SATA
7 de set. de 2024, 08:49
— Lusa
“É absolutamente falso que o
Governo dos Açores tenha dívidas no montante de 30 milhões de euros
perante o grupo SATA”, afirmou o executivo de coligação num comunicado
de imprensa.A reação do Governo Regional,
liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, surgiu após
críticas do líder do PS/Açores, Francisco César, por “falta de ação” e
por “acumular dívidas”, denunciando que deve a empresas, instituições
desportivas e sociais e a agentes culturais.O
dirigente, citado numa nota de imprensa, também criticou as
justificações do executivo para a falta de pagamento: "A primeira
desculpa era o Orçamento [Regional]; a segunda desculpa era o Governo da
República, que inclusive agora é da mesma cor do partido, do PSD, e que
não resolveu nada, pelos vistos”.Francisco
César acusou ainda o Governo Regional de aumentar a dívida a
fornecedores em mais de 100 milhões de euros e a dívida do setor da
Saúde em mais de 200 milhões de euros, destacando que “até à SATA [a
companhia aérea pública açoriana] a dívida ultrapassa os 30 milhões de
euros”.Na resposta, o executivo açoriano
lembra que “a relação financeira entre o Governo dos Açores e o Grupo
SATA aos dias de hoje é, porventura, a mais cumpridora e fiável de
sempre”.“O Governo dos Açores tem cumprido
exemplarmente com todos os pagamentos a todas as empresas do Grupo
SATA, relativos a diferentes contratos e serviços, incluindo da
prestação de serviços de transporte aéreo interilhas, a concessão de
aeródromos regionais, a Tarifa Açores e a Tarifa PET", acrescenta.Também
recorda que foi a atual coligação PSD/CDS-PP/PPM que “conseguiu
liquidar uma dívida de dezenas de milhões de euros que a região tinha
perante a SATA, resultando de um legado inexplicável dos governos do
PS”.Para o Governo dos Açores, as
declarações de Francisco César “evidenciam uma total falta de
responsabilidade e de capacidade, descredibilizando de forma bastante
ostensiva a palavra de alguém com ambição política de concorrer à
governação da Região Autónoma dos Açores”.“A
um líder exige-se credibilidade e lisura, mas também a capacidade para
se informar adequadamente e analisar criticamente a informação que lhe é
facultada”, alega.E prossegue: “Das duas
uma: ou Francisco César mentiu, sabendo que o Governo dos Açores nada
deve à SATA, ou deixou-se enganar por aquilo que lhe disseram. Em
qualquer dos casos, demonstra a sua total impreparação e incapacidade,
algo que não é admissível em alguém que quer assumir o papel de líder da
oposição”.Para o executivo de coligação,
“mais grave esta situação se torna quando este tom irresponsável e
leviano é usado para falar de um grupo empresarial público que está em
graves dificuldades económico-financeiras por responsabilidade dos
governos do PS, alvo de um Plano de Reestruturação acordado com a
Comissão Europeia, e que precisa de estabilidade para operar e de
credibilidade para o relacionamento com os seus parceiros de negócio”.