Governo dos Açores compromete-se a trabalhar com municípios para assegurar verbas do PRR
29 de nov. de 2021, 18:29
— Lusa/AO Online
“Vamos
trabalhar em sintonia, Governo Regional e AMRAA [Associação de
Municípios da Região Autónoma dos Açores], com o Governo da República
para saber em que medida podemos proteger e valorizar as capacidades de
comparticipação e de acesso a estes fundos por parte do poder local dos
Açores”, afirmou o chefe do executivo açoriano, José Manuel Bolieiro.O
presidente do Governo Regional falava, em Ponta Delgada, à margem de
uma reunião com o presidente da Associação de Municípios da Região
Autónoma dos Açores, José António Soares.O
autarca social-democrata da Madalena, na ilha do Pico, foi eleito
recentemente presidente da AMRAA, por unanimidade, na sequência das
eleições autárquicas de outubro, que levaram a que o PSD e o CDS-PP,
sozinhos ou coligados, em alguns casos também com o PPM, tivessem
conquistado o mesmo número de municípios do PS (nove).No
dia da eleição, José António Soares assumiu como prioridade “aferir o
montante que será atribuído às autarquias açorianas no âmbito do Plano
de Recuperação e Resiliência (PRR)”.Hoje, à
saída da reunião, o presidente do Governo Regional, manifestou
preocupação com o acesso das autarquias açorianas às verbas do PRR, mas
garantiu que o executivo açoriano será “parceiro” dos municípios, “no
sentido de ajudar a que possam ter acesso aos fundos comunitários”.“Quanto
à questão do PRR, na verdade preocupa-nos que, fruto da opção nacional
de entregar verbas específicas ao poder local, no seu todo, a nível
nacional, possamos ter dificuldades para os municípios dos Açores”,
afirmou.Já em relação aos fundos do
Programa Operacional 2021-2027, José Manuel Bolieiro disse que o
executivo açoriano não vai ter em conta as taxas de execução na
atribuição de verbas, como foi acordado com o anterior Governo Regional
do PS.“O nosso entendimento é de que,
independentemente da referência às taxas de execução, que ocorreram, num
acordo entre a região e o poder local dos Açores, nós não consideramos
como base de partida. Esta execução foi muito condicionada, fruto de
opções, no protocolo entre a região e o poder local, limitador da
capacidade de execução dos municípios. Entendemos, por isso, que seria
injusto termos como referência a execução deste acordo”, afirmou.“Faremos
por base não os, eventualmente, baixos níveis de execução, mas sim com
uma tendência da verdadeira capacidade de execução, e, com o sentido de
igualdade de tratamento, ter por referência aqueles que foram os valores
atribuídos no quadro do Estado Membro Portugal e da região no Programa
Operacional anterior”, acrescentou.Já o
presidente da AMRAA salientou a “disponibilidade” e “abertura” do chefe
do executivo açoriano para trabalhar em conjunto com os municípios,
alegando que a reunião foi “profícua”.“Nós,
em conjunto com o governo, vamos trabalhar este assunto e vamos dar
corpo, esperando que, em breve, tenhamos respostas muito mais objetivas e
que possamos formalizar aquilo que nós queremos”, afirmou, referindo-se
aos fundos do PRR.“Se tivermos de avançar
com as candidaturas a nível nacional, sim, mas vamos apreciar em
conjunto com o governo e encontrar outras soluções que podem ser mais
vantajosas para as autarquias”, acrescentou.