Governo dos Açores ativa Fundo de Emergência Climática
13 de jun. de 2024, 10:30
— Lusa/AO Online
Segundo uma nota de imprensa
divulgada pelo executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), a decisão foi
anunciada pelo secretário regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso
Miguel, adiantando que “a abertura de um novo procedimento para
apresentação de candidaturas, no sentido de apoiar às famílias
afetadas”.O governante adiantou que o
departamento governamental que tutela acompanhou “os trabalhos de
levantamento dos prejuízos causados pelas chuvas intensas que afetaram
diversas freguesias dos concelhos da Praia da Vitória, na ilha Terceira,
e da Ribeira Grande, em São Miguel”.Os
serviços da secretaria regional do Ambiente mantiveram “um contacto
próximo com os presidentes das câmaras municipais e das juntas de
freguesia, e, nesse contexto, verificou-se que estariam reunidas as
condições necessárias para a ativação deste importante instrumento de
apoio à emergência climática”, explicou Alonso Miguel.O
regime jurídico-financeiro de apoio à emergência climática, que foi
criado pelo executivo açoriano, em 2022, visa dar resposta a situações
de perdas e danos patrimoniais que sejam resultantes da ocorrência de
fenómenos meteorológicos extremos, bem como suportar investimentos
públicos destinados à mitigação dos impactos das alterações climáticas e
seus efeitos.O governante explicou também
que “após a atribuição dos apoios previstos nos sistemas de apoio da
responsabilidade das câmaras municipais, da Segurança Social e de outros
departamentos com competência nesta matéria, existem sempre prejuízos e
danos materiais que não são enquadráveis e que, tão pouco, são
abrangidos pelos eventuais seguros existentes, e daí a importância do
jurídico-financeiro de Apoio à Emergência Climática”.Esse
instrumento “canaliza as receitas obtidas através das taxas cobradas
pela disponibilização de sacos de plástico, para apoiar as famílias
afetadas também nessa componente não abrangida pelos restantes
mecanismos de apoio disponíveis”, acrescentou, citado na mesma nota.Desde
a sua criação, o Fundo de Emergência Climática “já foi ativado em seis
ocasiões, tendo sido aprovadas cerca de meia centena de candidaturas”.Alonso
Miguel sublinhou que se trata de “um extraordinário instrumento de
apoio e de solidariedade para com os açorianos que, subitamente e de
modo imprevisível, veem as suas vidas afetadas pelos impactes provocados
por eventos meteorológicos extremos, que, infelizmente, fruto das
alterações climáticas, têm sido cada vez mais intensos e frequentes”.A
Câmara da Ribeira Grande, concelho de São Miguel onde ocorreram cheias a 03 de junho, anunciou, na terça-feira, ter solicitou ao Governo dos
Açores a ativação do regime jurídico-financeiro de apoio à emergência
climática para apoio aos danos patrimoniais.A
chuva forte que atingiu há uma semana o concelho da Ribeira Grande, na
ilha de São Miguel, provocou prejuízos superiores a meio milhão de
euros, em moradias, viaturas e bens públicos, segundo uma primeira
estimativa da autarquia.Na ocasião, 20
famílias tiveram de ser realojadas no concelho devido à forte chuva que
se registou ao final da tarde e que provocou também estragos em
viaturas, estabelecimentos e nas vias públicas, sem registo de feridos.A
autarquia da costa Norte de São Miguel anunciou recentemente que vai
criar novas zonas de drenagem junto às habitações nas Gramas, para
evitar a acumulação de água na via pública no local, afetado pelas
cheias e será feita uma bacia de retenção no lado poente da localidade,
como forma de minimizar futuros episódios de cheias.A
ponte da Ribeirinha, no centro da freguesia, foi a infraestrutura
pública que mais ficou afetada, mas a autarquia também já revelou que
vai propor à Direção Regional das Obras Públicas, cujos técnicos
estiveram a avaliar os prejuízos, um relatório minucioso ao Laboratório
Regional de Engenharia Civil, para a elaboração de um projeto de
execução para reforço da zona.