Governo dos Açores aposta no reforço da economia azul em 2022
3 de nov. de 2021, 11:33
— Lusa/AO Online
Segundo
o executivo açoriano, a manutenção e criação de emprego será promovida
através da “capacitação dos ativos da pesca e do aumento do rendimento
do setor", a par da valorização dos produtos da pesca e a melhoria das
condições de trabalho dos pescadores".Pretende-se
concretizar investimentos em infraestruturas e equipamentos de apoio à
pesca, "tendo sempre por base a adaptação do esforço de pesca aos
recursos existentes, a segurança dos ativos da pesca e a proteção dos
ecossistemas marinhos”.A informação consta
da Proposta de Plano Regional Anual 2022, entregue na Assembleia
Legislativa Regional, juntamente com a proposta de Orçamento de 1,9 mil
milhões de euros, consultadas pela Lusa.A
região pretende dar “prioridade à avaliação científica dos recursos alvo
das diferentes pescarias, com eventual adaptação da frota e das artes
utilizadas aos recursos existentes, salvaguardando sempre as componentes
social e económica do setor”.Na
aquicultura, pretende-se “apoiar a criação de instalações adequadas à
exploração de culturas aquícolas, abrindo portas aos investidores e
identificando áreas com potencial para o exercício da atividade”.No
âmbito de uma avaliação feita a nível regional, relativa à capacidade
instalada em matéria de investigação e inovação nas áreas das ciências
do mar, “foi possível identificar necessidades urgentes de investimento
em infraestruturas científicas e tecnológicas” e um “número e
qualificação dos recursos humanos dedicados à investigação".De
acordo com a proposta de Plano para 2022, pretende-se “assegurar a
substituição do navio de investigação Arquipélago por uma plataforma
moderna com altos padrões tecnológicos em termos de capacidades e de
equipamentos e com elevado desempenho energético”.Vai
ser criado um centro experimental de investigação e desenvolvimento
ligado ao mar, o Tecnopolo MARTEC, "partilhável com as instituições e as
empresas, indutor de I&D em áreas tradicionais e emergentes, como
as áreas das pescas e produtos derivados, da aquicultura, da
biotecnologia marinha, dos biomateriais e recursos minerais ou das
tecnologias e engenharias marinhas”.O
Governo dos Açores quer assegurar a criação de “instalações adequadas à
exploração de culturas aquícolas”, dotar as autoridades regionais com
competências no meio marinho, para que estas possam exercer de “forma
efetiva a sua função de autoridade ambiental ou o estabelecimento e
execução de políticas de pescas, através da criação de meios técnicos e
infraestruturas que permitam a execução destas tarefas”.Vão
ser lançados em 2022 diversos procedimentos de contratação pública para
dar início à construção do novo navio de investigação, bem como a
construção do Tecnopolo MARTEC.No âmbito
do Programa de Cooperação INTERREG, vai ser executado o projeto
PLASMAR+, que “visa contribuir para o avanço do processo de ordenamento
do espaço marítimo nos arquipélagos da Macaronésia e para apoiar o
desenvolvimento sustentável do crescimento azul”.Será
ainda executado o projeto OCEANLIT, que “visa reduzir os resíduos
marinhos, ajudando, desta forma, à conservação e recuperação dos espaços
naturais protegidos costeiros e oceânicos em arquipélagos insulares”.Será
"dada continuidade aos programas de monitorização das diferentes
pescarias praticadas na Região Autónoma dos Açores, protocolados com o
Instituto do Mar - IMAR (Açores), nomeadamente o Programa de Observação
das Pescas dos Açores (POPA), o Cruzeiro Anual de Monitorização das
Espécies Demersais (ARQDAÇO), o Programa de Monitorização do Banco
CONDOR e o Programa de Monitorização e Gestão dos Recursos Costeiros
(MoniCo)”.Serão também promovidos estudos
de diagnóstico socioeconómico e demográfico dos ativos da fileira da
pesca, “respondendo, deste modo, aos objetivos de sustentabilidade
ambiental, económica e social, prosseguidos pela Região Autónoma dos
Açores”.