Governo dos Açores aponta para janeiro consulta pública de Plano de Saúde Mental
16 de dez. de 2021, 10:59
— Lusa/AO Online
A informação foi
avançada pelo secretário regional da Saúde, Clélio Meneses, a propósito
da proposta de resolução do PS, aprovada por unanimidade no parlamento
açoriano, para recomendar ao Governo a elaboração de um Plano Regional
de Apoio à Promoção da Saúde Mental de Crianças e Jovens.O
governante esclareceu que os 45 dias fixados no diploma dizem respeito
ao prazo para o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) integrar as propostas
do documento socialista no Plano Regional de Saúde Mental.Com
a aprovação do diploma do PS, o parlamento açoriano recomendou ao
Governo Regional a criação de um “Plano Regional de Apoio à Promoção da
Saúde Mental diferenciado para cada freguesia e/ou concelho, alargado à
educação pré-escolar e aos ensinos básico e secundário”.O
documento visa “garantir uma ampla rede integrada de ação e intervenção
junto das crianças e jovens, com vista a assegurar respostas públicas
face ao impacto negativo e expectável do atual contexto pandémico [de Covid-19] e suas consequências”.Pretende,
também, introduzir “nos estabelecimentos de educação e ensino um reforço
de apoio à saúde mental, através da contratação de profissionais
especializados”.O diploma prevê, ainda, “uma campanha de rastreios validados para a avaliação mental global das crianças e jovens”.Clélio
Meneses indicou que o Governo Regional está na “fase final de
elaboração do Plano Regional de Saúde”, prevendo apresentá-lo “no
primeiro trimestre de 2022”.Quanto ao
Plano Regional de Saúde Mental, existe já “o primeiro relatório
preliminar”, que vai ser colocado em discussão pública “no mês de
janeiro, para que todos possam dar o seu contributo”.Em fase de criação está, disse o governante, a “estrutura de missão para plano de saúde mental”.Ainda nesta área, está “em curso a contratação de psicólogos”, existindo “13 processos já iniciados”.“Havia
o compromisso de contratação de 20 psicólogos. Os outros sete
procedimentos serão iniciados nos próximos tempos, para conseguir esse
compromisso de reforçar o Serviço Regional de Saúde”, observou Clélio
Meneses.O governante indicou ainda o início de processos de contratação de três psiquiatras.Alexandra
Manes, deputada do BE, considerou que “esperar pela implementação de um
plano regional de saúde mental pode gerar problemas na saúde das
crianças e jovens”.“É preciso agilizar o processo e agir no imediato. Não há saúde sem saúde mental”, frisou.Pelo
CDS-PP, a deputada Catarina Cabeceiras observou que “nem sempre as
questões relacionadas com a saúde mental foram devidamente valorizadas” e
que, “mesmo antes da pandemia, o cenário já era preocupante”,
nomeadamente devido ao “défice de profissionais nesta área”.Nuno
Barata, deputado único da Iniciativa Liberal, considerou que, sendo o
atual momento “mais traumático para a comunidade escolar [nomeadamente
devido às pausas letivas provocadas pela pandemia de Covid-19], a
proposta tem não só o voto favorável, mas também o aplauso da IL”.Délia Melo, do PSD, notou que “há um trabalho já a ser levado a cabo”. “Saudamos o PS por trazer esta preocupação que também é nossa”, referiu.Paulo
Estêvão, do PPM, disse concordar com a proposta do PS, notando que vão
ser integradas no plano de saúde mental em elaboração pelo Governo.O
deputado único do PAN, Pedro Neves, colocou dúvidas sobre a previsão de
recurso à telemedicina e avisou para a falta de recursos e de
articulação entre as unidades de saúde de ilha e as unidades
hospitalares.